Em entrevista ao Blog do Sena, o vereador Edjaime Rosa (Bibia) falou sobre os últimos acontecimentos na Câmara de Vitória da Conquista, entre eles a eleição para a presidência da Casa Legislativa, a possível candidatura a prefeito e também sobre o voto contrário ao atual presidente da Câmara de Vereadores, o vereador Luciano Gomes.

O presidente eleito teve 20 votos a favor e 1 contra. O voto contrário foi dado por você?
O voto tem que ter transparência, principalmente quando você está disputando um pleito da Câmara. A Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista não pertence à A e nem pertence à B, ela é independente. Quando tem alguma interferência de algum político na escolha da presidência, o vereador tem que ter uma oposição. A minha oposição sempre foi séria, correta, pensando no futuro da cidade. Eu não estou pensando no futuro de qualquer um colega vereador, eu estou pensando no futuro da cidade e respeitando aqueles que votaram em mim. Eu votei contra. E não foram 20 votos que ele teve não, foram 19, porque o presidente é neutro. E o meu seria o 20, mas eu neguei e não dei o voto, porque eu já tinha conversado. Se fosse um candidato do consenso, e Luciano sabe disso, porque conversei com ele, eu votaria nele, sem nenhuma dúvida. Mas como foi um candidato indicado por ala partidária, aí eu recolhi o meu voto, e em todo o tempo eu mostrei essa postura na Câmara. E quero continuar mantendo.
Em relação ao grupo que nós temos lá na Câmara, nós temos dez vereadores. E quando você tem dez vereadores, você já tem matematicamente a presidência assegurada. Quando eu vi que mudou de um lado para outro, eu achei estranho. Por que eu achei? Porque eu tenho que respeitar os meus eleitores. O nosso grupo não sentou comigo em momento algum para conversar comigo em relação a esse voto, que sempre é um voto conversado e discutido entre todos para somar e ver quem tem mais condições de assumir a presidência. E isso não aconteceu. Fizeram vários grupos, principalmente um grupo com o prefeito, na casa de Dudé, ele como líder do governo. Sem moral, para mim não tem nenhuma moral para ser líder de um governo, e ainda desmantelou um grupo construído através de um consenso político, matematicamente adversário ao grupo do PT de Vitória da Conquista. Não estou dizendo que o grupo do PT seja pior, mas quando você está na política tem a ala A e a ala B. Nós estávamos na A e eles na B. Depois ficou ao contrário. E ficou a ala A e a B, tudo junto. Eu, para não misturar e sem querer ser melhor para ninguém, vou conversar com o grupo e declarar uma independência na Câmara, porque tenho postura como um homem político. As pessoas que me conhecem sabe o que estou falando, porque não estou na política de graça. Estou porque o povo me confiou um mandato, e por eles preciso ter respeito.

Bibia foi injustiçado ou traído na Câmara de Vereadores?
Fui injustiçado por uma parte e mais do que traído pela outra, porque quando você é um líder de um grupo, o grupo precisa confiar. E tudo o que teve na Câmara, fizemos com o grupo, negociando e conversando. Todos os projetos foram assim, debatidos com o grupo. Em todos os discursos, o vereador Bibia sempre escrevia a lista dos vereadores por ordem de chegada, com o maior respeito entre todos. Mas na hora do ‘toma lá da cá’, ‘neguinho’ falou assim: “deixa Bibia de fora. Vamos fazer a nossa parte e receber o que nós queremos.” E o que está acontecendo? Eu não quero nada deles. Até porque eu nunca quis. Eu não tenho um emprego no governo e nenhum cargo. E nem na Câmara de Vereadores. Todas as vagas lá na Câmara foram indicações do grupo do senhor líder de governo, o vereador Dudé. Não tenho medo de falar porque não tenho medo e nem rabo preso com ninguém. Não tenho um deputado estadual, nem federal, nem Governo do Estado, nem senador, e nem presidente da República, porque eu não fui aliado de nenhum. Claro que sou representado por eles, porque eles foram eleitos, e eu respeito, mas não tenho rabo preso com nenhum.

Bibia hoje é situação ou oposição? E como será o futuro do vereador?
Eu tenho que declarar porque sou do PMDB, e tenho que respeitar a sigla partidária porque ela pode me punir. Mas o meu desejo de falar também tem que ser respeitado, e eu não tenho medo de falar. Eu não posso ser contra o governo quando ele faz a coisa corretamente, mas a partir do dia que ele fizer alguma coisa errada, eu como vereador não posso acompanha-lo. Para acompanhar o Governo só quando ele tiver as atitudes corretas, mas se as atitudes não forem corretas eu declaro também independência.

As pessoas têm comentado na cidade sobre os grupos de vereadores que vão se candidatar a prefeito, a exemplo da possível candidatura do vereador Davi Salomão, que estaria montando um grupo. Você foi convidado para participar desse grupo?
Eu estou me declarando independente. Eu também posso ser candidato a prefeito na próxima eleição, porque assim como todos têm direito a ser candidato, eu também tenho. Como muitos já lançaram o nome, eu não vejo porque eu não ser candidato. Em 2020 pode ocorrer isso, sim.

Confira a entrevista na íntegra.