do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É o que apontam mensagens de chats privados no aplicativo Telegram enviados por fonte anônima ao site The Intercept Brasil, analisadas em parceria com o UOL, e publicadas hoje (27).
Marisa sofreu um AVC hemorrágico em janeiro de 2017 e a morte encefálica da ex-primeira-dama foi confirmada em fevereiro do mesmo ano.
Após a notícia da morte ser compartilhada no grupo Filhos do Januário 1, a procuradora Laura Tessler comentou: “Quem for fazer a próxima audiência do Lula, é bom que vá com uma dose extra de paciência para a sessão de vitimização”
Outra nota da colunista do jornal Folha de S.Paulo Mônica Bergamo sobre a agonia vivida por Marisa em seus últimos dias de vida foi compartilhada no grupo.
Laura então refutou a possibilidade de o agravamento do quadro da ex-primeira-dama ter acontecido após busca e apreensão na casa dela e dos filhos e condução coercitiva de Lula, determinada pelo então juiz Sergio Moro no ano anterior.
“Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula. Só falta dizer que a Lava Jato implantou 10 anos atrás um aneurisma na cabeça da mulher… milhares de pessoas morrem de AVC no mundo… isso faz parte do mundo real e ponto. “, afirma Laura.
A fala de Lula na despedida no velório da mulher também foi compartilhada por Laura no chat. Na ocasião, o ex-presidente afirmou: “Eles que têm que provar que as mentiras que estão contando são verdade. Então, Marisa, descanse em paz porque esse Lulinha paz e amor vai continuar brigando muito”.
O procurador Deltan Dallagnol define a manifestação de Lula como “uma bobagem”. “Bobagem total… nguém (sic) mais dá ouvidos a esse cara”, diz.
Morte do neto
A despedida de Lula do neto Arthur Araújo Lula da Silva, que morreu aos 7 anos em março, também foi pauta entre procuradores. O ex-presidente foi beneficiado por autorização judicial para ir ao enterro do neto, em uma aeronave cedida pelo governo do Paraná.
Dallagnol envia aos colegas notícia sobre um telefonema entre Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes, em que o ex-presidente teria se emocionado.
O procurador Roberson Pozzobon comenta a nota: “Estratégia para se ‘humanizar’, como se isso fosse possível no caso dele rsrs”.
Outro lado
Procurada pelo UOL, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba alegou que não poderia se manifestar sem ter acesso integral às conversas.