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Prometido para gerar 8 mil empregos, Polo Têxtil de Vitória da Conquista segue parado e sem previsão de sair do papel

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A promessa era grande: gerar mais de 8 mil empregos diretos, reunir centenas de confecções em um só espaço, atrair grandes marcas do setor têxtil e impulsionar a economia regional. O Polo Têxtil de Vitória da Conquista, lançado oficialmente em agosto de 2023, foi apresentado como um dos maiores projetos estruturantes da história da cidade. Mas, dois anos depois, o que se vê é um projeto parado e sem qualquer atualização.

Apesar do forte divulgação, da presença de autoridades e entidades industriais no lançamento, o silêncio tomou conta do assunto em 2025. Nenhuma nova informação foi divulgada pela Prefeitura neste ano. Nenhuma obra iniciada. Nenhum anúncio sobre andamento, prazos ou execução.

O empreendimento, batizado de Feira Moda Conquista, foi lançado pela Prefeitura Municipal em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O evento oficial aconteceu agosto de 2023, com grande participação de empresários, representantes da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB), Sindivest BA, ABIT, além de membros do Governo Estadual.

O projeto previa a construção de um complexo comercial e industrial que abrigaria: 13 grandes indústrias; 300 confecções; Um outlet com 700 lojas e 2.800 boxes; Estacionamento com capacidade para 330 ônibus, 2.100 carros e mil motos. A estimativa era de que, em sua plenitude, o projeto gerasse 8 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando tanto a população conquistense quanto cidades vizinhas da região sudoeste da Bahia e norte de Minas Gerais.

O Polo seria implantado em uma área estratégica às margens da BR-116, aproveitando a localização geográfica privilegiada de Vitória da Conquista, que está no eixo entre os grandes polos de moda de Caruaru (PE), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Minas Gerais. A proposta se apoiava na forte circulação de ônibus e compradores que já passam pela cidade em direção a esses centros de atacado.

Segundo a Prefeitura, o projeto seria viabilizado com recursos da iniciativa privada, com apoio técnico e institucional do poder público. Empresários do Nordeste e do Sul do país já teriam demonstrado interesse em adquirir espaços no futuro polo.

Não foram divulgados valores totais do investimento, mas o estudo técnico para implantação teve custo e mobilizou equipe especializada. O estudo de viabilidade foi coordenado pelo consultor Kanji Kato, que já participou da implantação de polos têxteis em outras partes do Brasil. A análise envolveu: Mapeamento de 513 confecções locais (48% informais); visitas a mais de 500 empresas; levantamento de 317 empresas de transporte de compradores de vestuário e estudos sobre logística, infraestrutura, rede de gás, água, esgoto, energia e recursos hídricos.

O projeto se inspirava em modelos bem-sucedidos como o Pró-Sertão (RN) e o polo do Agreste Pernambucano, que recebem semanalmente até 70 mil compradores de todo o país. A ideia era fortalecer a produção local, atrair compradores e capacitar trabalhadores em parceria com o Senai, Sesi e Sebrae.

Apesar das promessas, o que se vê em 2025 é nenhum sinal de obras ou movimentações no terreno onde o empreendimento seria implantado. Também não houve novas audiências públicas, nem anúncios da gestão municipal sobre avanços.

Enquanto isso, a cidade segue com pouca diversidade no setor industrial. Hoje, o principal destaque é o Grupo Dass, com cerca de 8 mil empregos no segmento calçadista, praticamente o número de vagas que o Polo Têxtil também prometia gerar.

A ausência de posicionamentos atualizados da gestão municipal e dos parceiros envolvidos deixa em aberto o futuro do Polo Têxtil. O silêncio em torno do projeto levanta questionamentos: Por que o assunto foi abandonado? Houve desistência? Falta de investidores? Obstáculos jurídicos? A população quer saber.


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