O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse ser “uma pena” que a prisão do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, 38, que carregava 39 kg de cocaína, tenha sido na Espanha e não na Indonésia, onde os condenados por tráfico de drogas são executados.
“Uma pena que não foi na Indonésia, eu acho que ele ia ter o destino do Archer”, disse Bolsonaro, numa referência ao brasileiro Marco Archer, executado no país asiático em 2015, após ter sido condenado à morte por tráfico de drogas.
O sargento foi preso em Sevilha, na quarta-feira (26). Ele fazia parte de uma tripulação que ficaria na cidade espanhola para esperar Bolsonaro voltar do Japão.
O presidente disse ainda que Rodrigues “traiu a confiança” da comitiva por levar drogas em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
Durante encontro do G20, em Osaka, Bolsonaro disse que está se mantendo informado sobre o caso. Ele afirmou ter pedido que a aeronáutica levante dados sobre a vida do sargento para averiguar sinais de enriquecimento.
Na sexta (28), ele disse que essa não deve ter sido a primeira vez que o militar transportou drogas em um avião da FAB.
O episódio submeteu o governo a constrangimento internacional, provocou desconforto no Planalto e pôs em dúvida o aparato de segurança de viagens do presidente.
A detenção do sargento se deu após ele deixar o avião, quando passava pelo controle aduaneiro do aeroporto, segundo a imprensa espanhola.