A crise do transporte coletivo urbano em Vitória da Conquista foi um dos temas do discurso de Herzem Gusmão(MDB), na manhã desta sexta-feira(07), durante abertura dos trabalhos da Câmara Municipal. O prefeito voltou atribuir o problema à gestão anterior e, mesmo utilizando tom diplomático, confessou seu desejo pela saída da Viação Cidade Verde do município. No entanto, segundo o próprio, a nova licitação será apenas para o lote 1, atualmente operado pela prefeitura.
Apesar de iniciar o assunto com a frase “Não ganhamos as eleições para reclamar, ganhamos para resolver”, Gusmão “reclamou” bastante. “Nenhum prefeito do Brasil, e eu desafio, encontrou um situação tal grave no transporte coletivo como a que encontramos”, disparou.“Encontramos uma empresa quebrada, falida, soltando rodas e com um processo de caducidade que se arrastava desde a gestão anterior. Nós concluímos o processo e tiramos a empresa da cidade“, disse sobre a Viação Vitória. “E outra empresa que opera muito bem, mas condenada pela Justiça, que é a Cidade Verde. Ela circula na cidade fruto de uma liminar que é um remédio jurídico frágil“, completou.
O Prefeito informou que após a conclusão do plano de mobilidade urbana, será lançado o edital de licitação do transporte público. Porém este, apenas contemplará o lote 1, deixado pela Vitória e operado atualmente, de forma emergencial, de prefeitura através da locação dos veículos da Viação Rosa.
Herzem confessou que gostaria que a licitação também fosse voltada para o lote 2, operado pela Cidade Verde, mas devido ao curto prazo não será possível. “Nós esperávamos lançar os dois lotes. O primeiro porque a Vitória embora e o outro, devido a incerteza em função que nós dependemos do tribunal para saber se a empresa fica“, disse. “Nós gostaríamos de disparar a licitação para dos dois lotes, mas por conta da demorava, vamos disparar de um lote”, reforçou.
Silêncio sobre atuação clandestina das vans – Durante o seu discurso, Herzem não comentou nada a respeito do transporte alternativo em Conquista, apontado pelas empresas de ônibus como principal causa da crise do transporte coletivo. Apesar do prefeito tentar atribuir a responsabilidade dos problemas do setor ao governo anterior, o aumento significativo da circulação clandestina das vans aconteceu durante a sua gestão.
A liberação das vans foi uma das principais promessas de campanha de Herzem. No início do seu Governo era previsto a atuação de cerca de 80 veículos, atualmente o número passa dos 500 e ainda não há previsões de regulamentação da atividade.