Quem passa pela avenida Jorge Teixeira, no bairro Candeias, em Vitória da Conquista, está assustado com a presença de cães de rua que têm atacado pedestres nas últimas semanas. De acordo com denúncias recebidas pelo Blog do Sena, os animais circulam em grupo e já avançaram em adultos e crianças, especialmente nos horários de maior movimento.
Na avenida ficam localizadas vários estabelecimentos e comerciais, além de uma escola e residências. Por isso, a movimentação durante o dia é grande. A situação tem gerado medo e revolta entre os moradores. Muitos alegam que evitam sair de casa a pé e cobram providências urgentes da prefeitura. Segundo relatos, ligações e vídeos vêm sendo enviados frequentemente a veículos de comunicação e autoridades, alertando para o risco iminente de acidentes e mordidas.
Apesar da gravidade do problema, Vitória da Conquista não dispõe de um Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), estrutura essencial para o recolhimento, tratamento e manejo adequado de animais em situação de rua. Atualmente, o município conta apenas com o Centro de Apoio à Saúde Animal (CASA), inaugurado em 2023, que oferece atendimentos veterinários gratuitos, mas não realiza resgates.
O Castramóvel, iniciativa recente voltada à castração de cães e gatos, também existe, mas atende prioritariamente famílias de baixa renda previamente cadastradas. Com isso, não há política pública específica para recolher e tratar os animais soltos nas ruas, o que tem agravado a superpopulação de cães abandonados.
Estima-se que Vitória da Conquista tenha cerca de 15 mil animais em situação de rua, número alarmante que levanta preocupações não apenas com a segurança da população, mas também com a saúde pública. Sem controle efetivo, os riscos de transmissão de zoonoses e de acidentes aumentam consideravelmente.
Organizações de proteção animal e ativistas locais vêm pressionando o poder público por medidas mais robustas, como a criação de um CCZ e campanhas permanentes de castração e adoção. Enquanto isso, a população segue exposta e recorrendo à imprensa e às redes sociais para denunciar os riscos que enfrenta no dia a dia.