A recém-nascida Sophia de Melo Moreira, que nasceu no dia 9 de maio, foi a primeira bebê conquistense a nascer com anticorpos contra a Covid-19, após a mãe dela ter sido vacinada durante a gestação, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Por ser trabalhadora da saúde, a farmacêutica Ana Claudia de Melo, de 33 anos, recebeu a primeira dose da CoronaVac, juntamente com os colaboradores da Farmácia onde trabalha, no mês de março.
A farmacêutica conta que desde o início da gestação, ficou receosa com o risco de contaminação, por estar sempre exposta, e de prejudicar o desenvolvimento de Sophia em seu ventre. Com o início da vacinação no país, ela logo teve vontade de ser imunizada, mas ainda não havia estudos sobre os efeitos do imunizante nas gestantes e a vacinação acabou sendo adiada.
Quando estava no sétimo mês de gestação, Ana Cláudia recebeu a 1ª dose sob supervisão da obstetra que fazia o acompanhamento da sua gravidez. “Ao chegar no terceiro trimestre, foram surgindo estudos em gestantes, e como há chance de maiores complicações em gestantes ao contrair a Covid, conversei com minha obstetra sobre a possibilidade de me vacinar. Ela concordou e me deu o relatório autorizando. Tomei a segunda dose com 34 semanas”, relembra a farmacêutica.
O pai de Sophia, que é também é farmacêutico e coordenador das testagens no município, Pablo Maciel Moreira, decidiu fazer um teste rápido neutralizante com uma amostra de sangue da filha para saber se ela tinha anticorpos contra a Covid-19, considerando que eles já tinham lido alguns artigos que falavam sobre essa possibilidade de transferência de anticorpos pelo cordão umbilical.
Quando Sophia nasceu, no início do mês de maio, eles fizeram o teste. “Quando tivemos acesso ao resultado, ficamos muito felizes, mas ao mesmo tempo, por sermos farmacêuticos e trabalharmos na área, ficamos bastante cautelosos, tendo em vista que a presença de anticorpo não necessariamente indica a imunidade efetiva. Tem outras questões que precisamos avaliar, se essa quantidade de anticorpos é suficiente para proteger contra uma nova infecção, se a presença deles é duradora, enfim, são nuances que a ciência ainda não consegue dizer com clareza”, conta o farmacêutico.
Apesar das dúvidas ainda não respondidas pela ciência, Pablo se diz estar esperanço de que os anticorpos de Sophia possam realmente significar proteção, já que ele, como profissional de saúde que atua na linha de frente no combate à Covid-19 precisa seguir trabalhando normalmente, e ter casa uma criança protegida, deixa o casal mais tranquilo.
Daqui para frente, a proteção contra a Covid-19 de mãe e filha seguirá sendo monitorada, mantendo as proteções necessárias para prevenir a infecção. O farmacêutico ainda orienta que “mesmo com as crianças com anticorpos reagentes para Covid-19, quer seja por vacinação ou porque a mãe teve Covid durante a gestação e fez transferência de anticorpos para a criança, precisamos seguir cautelosos, com todos os cuidados preventivos para que a gente consiga, quando a maioria da população tiver vacinada e a pandemia controlada, seguir nossas vidas normalmente”.
Vacinação das gestantes e puérperas no município – Neste momento, a vacinação das gestantes ainda não está autorizada em Conquista, pois a Rede de Frio ainda não recebeu para 1ª dose as vacinas CoronaVac e Pfizer, que estão autorizadas para aplicação nas gestantes. A Secretaria Municipal de Saúde já garantiu que no próximo lote de uma dessa vacinas, as gestantes e puérperas também serão incluídas, assim como já foi iniciada a vacinação das lactantes.