Blog do Sena – Vitória da Conquista- Bahia

Família presta queixa contra funcionário de funerária que expôs atestado de óbito de mulher que morreu no Hospital de Base

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A família da mulher que teve o atestado de óbito exposto nas redes sociais pelo funcionário de uma funerária de Vitória da Conquista, prestou uma queixa-crime na manhã desta quinta-feira (2). A mulher, de 47 anos, faleceu no Hospital Geral de Vitória da Conquista, ás 23h20 da terça-feira (31), por complicações causadas por pneumonia.

Ainda se recuperando do golpe da perda, a filha já esteve no Disep e familiares estão analisando quais as ações tomarão para que não apenas o funcionário que fotografou a declaração de óbito e o corpo, colocando nas redes sociais, mas também a empresa seja responsabilizada pelo ato antiético e desrespeitoso com a dor da família.

Ao divulgar as fotos, junto com um áudio, a pessoa ajudou a aumentar o pânico na cidade. Não são poucas as pessoas que entenderam que a mulher teria morrido por ter sido infectada com o novo coronavírus, já que uma das fotos traz sobre o saco mortuário uma etiqueta colada dizendo que a paciente era suspeita de Covid- 19. Ocorre que até hoje não foi emitido laudo do Laboratório Central da Bahia (Lacen) responsável pelo exame da amostra coleta na paciente.

No entanto, a questão que será analisada pela polícia e pela Justiça, já que uma ação deverá ser iniciada pela família, é a invasão praticada pelo funcionário da funerária, sem levar em consideração: 1. Os sentimentos da família; 2. O pânico que ajudaria a criar (ou aumentar) na sociedade; 3. Que não havia laudo conclusivo para a doença suposta; 4. Que é crime o vilipêndio a cadáver, previsto no Código Penal Brasileiro, artigo 212.

Não se pode deixar de considerar que o funcionário da funerária pode não ter agido de má-fé, provavelmente até se baseou em um sentimento de alerta, com a intenção de informar aos demais do risco que correm com o novo coronavírus, como se depreende do áudio, mas o fato é que expôs uma família e causou constrangimento e comoção.

O caso é uma repetição de outros que ocorreram no país e até em Vitória da Conquista, aguçado pela curiosidade e pela ansiedade de espalhar notícias, ainda que negativas e não provadas, pelos meios disponíveis e fáceis, como o WhatsApp. É um mal de nossos tempos. E isso deve ser levado em conta.

A família entrou em contato com a funerária e ouviu do gerente que ele não estava sabendo do ocorrido. Depois, tendo visto as fotos e ouvido o áudio ficaram de tomar uma posição. Na manhã desta quinta-feira, após registrar a queixa na Polícia, familiares foram à funerária, que se colocou à disposição para o que a família precisar.

  • NOTA DO BLOG: OUVIMOS FAMILIARES, MAS, OPTAMOS POR NÃO IDENTIFICAR AS FONTES. TAMBÉM OPTAMOS POR PRESERVAR O NOME DA FUNERÁRIA E DO FUNCIONÁRIO

Blog do Giorlando Lima


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