Depois de ter sido aprovado na Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, o Projeto de Lei de autoria do vereador Ricardo Babão (PCdoB) que coloca no fim da fila quem recusar a vacina contra a COVID-19 por escolha de fabricante foi rejeitado em votação no plenário da Casa na manhã de hoje, 24 de setembro.
Na discussão do projeto, o vereador Nelson de Vivi (DEM) disse que é contrário por entender que medida é obrigatória e coercitiva ao cidadão. “A liberdade pressupõe liberdade. Tirar a liberdade do povo por algum motivo que irá atrasar ou não em tomar essa ou aquela, até porque tem umas aí que não tem tido o efeito devido até tá proposto para tomar mais uma dose de outra vacina para contemplar a Coronavac que não foi suficiente na eficiência de imunizar e a gente ter que dar um castigo ao cidadão ou obrigá-lo. Entendo que nada que obrigue ou imponha sanções ou castigo eu voto favorável”, argumentou.
O vereador Ricardo Babão rebateu a fala do colega. “Eu aceito a opinião do vereador Nelson. Mas eu tenho certeza que ele como bom vereador, sabendo que a vacina boa é a vacina no braço, que a esperança do brasileiro é a vacina, eu tenho certeza que ele não escolheu, pois o vereador Nelson sabe que se a vacina tivesse chegado antes o nosso grande amigo Moisés poderia estar hoje do nosso lado. Nós não podemos escolher, pois todas as vacinas que estão aí ajudando combater essa praga foram testadas e aprovadas pela Anvisa. O intuito não é punir, mas sim fazer com que elas se conscientizem que vacina boa é vacina no braço”, pontuou.
Quem também comentou sobre o projeto e acompanhou o voto do vereador Nelson de Vivi, foram os vereadores Ivan Cordeiro (PTB) e Dr. Augusto Cândido (PSDB). Os dois Edis tiveram falas polêmicas. “Eu vou acompanhar o voto do nosso amigo Nelson de Vivi. Tem um mantra que a esquerda utiliza que é ‘meu corpo, minhas regras’. Queria saber se ele mantra serve também para a vacinação ou só para o aborto. Então, de fato, o cidadão precisa ter a liberdade de se vacinar ou não. Não pode obrigar e dar sanção para o cidadão que não quer vacinar”, disse Ivan Cordeiro.
Já Dr. Augusto Cândido questionou sobre o passaporte da vacina. “Eu também acompanho o voto do vereador Nelson de Vivi. Tem uma outra discussão hoje no mundo que é sobre o passaporte vacinal, que diz que todos devem estar vacinados para participar de ambientes e isso faz uma obrigatoriedade de quem não deseja vacinar. Se nós sabemos que a imunidade de rebanho se consegue acima de 60% e muito superior à isso está sendo vacinado não há porque obrigarmos as pessoas a tomarem uma decisão e cercear-lhes a vida por conta disso”, disse.
Encerrando as discussões do projeto, o vereador Alexandre Xandó (PT) disse que a Câmara de Vereadores está sendo tachada com o carimbo do negacionismo. “Vereador Ricardo Babão lhe parabenizo pela iniciativa, pelo projeto. Infelizmente esta Câmara de Vereadores está sendo tachada com um carimbo do negacionismo na testa. Se fala tanto em liberdade e aí ao mesmo tempo que diz que deve aplicar a cloroquina vem se recusar a vacina. Não podemos está aceitando esse discurso negacionista. E eu digo aos senhores, se esse projeto não aprovado vai ser um carimbo na testa como negacionista de cada um dos vereadores que votaram contra”, finalizou.
O projeto foi rejeitado com 10 votos contrários e 06 favoráveis.