Um relatório divulgado pela Agência Nacional de Águas (Ana) no final do ano passado apontou 45 barragens em todo Brasil com algum nível de preocupação. Destas, cinco estão em Minas Gerais e 10 na Bahia, maior número em todo o país. Na lista, no entanto, não constava a barragem Mina do Feijão, em Brumadinho (Minas), que se rompeu na última sexta-feira (25). O número de barragens vulneráveis no país subiu, em um ano, de 25 para 45. A Bahia é seguida por Alagoas (6) e Minas Gerais (5).
O balanço da Ana foi o segundo produzido após o desastre ambiental de Mariana, com o rompimento da barragem de Fundão, sob responsabilidade da mineradora Samarco, em novembro de 2015. “A maioria se deve a problemas de baixo nível de conservação da barragem, mas existem outros motivos como insuficiência do vertedor e falta de comprovação documental da estabilidade da barragem”, diz um trecho do relatório.
Na Bahia, as estruturas com risco são Afligidos, em São Gonçalo dos Campos, Araci, na cidade de mesmo nome, Cipó, a Mirante, Apertado, em Mucugê, e a Luiz Vieira, em Rio de Contas, cidades da Chapada Diamantina. A RS1 e RS2, em Camaçari, Tábua II Ibiassucê, Zabumbão, em Paramirim, e Pinhões, entre Juazeiro e Curaçá.
No estado, há 426 barragens registradas junto à Ana e, destas, 335 são fiscalizadas pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), ligado ao governo do estado. Mas, para fazer esse trabalho, o órgão conta com uma equipe de apenas seis fiscalizadores.
Dados do Relatório de Segurança de Barragens de 2017, publicado no ano passado, apontam que a Agência Nacional de Mineração (ANM) é responsável pela fiscalização de 790 barragens de rejeito espalhadas pelo país. O trabalho de fiscalização, porém, limitou-se a apenas 211 vistorias ocorridas em 2017, o que equivale a 27% dessas instalações