Luiz afirma que o celular estava fora da tomada no momento da explosão. Engenheiro elétrico dá dicas de segurança.
Um funcionário público de Biritiba-Mirim ficou com queimaduras no abdômen e no braço depois que o celular dele explodiu (assista acima). De acordo com Luiz Paulo Monteiro de Araújo, o aparelho, que tinha cerca de três anos de uso, nunca havia apresentado problemas e estava fora da tomada no momento da explosão.
O smartphone estava nas mãos dele quando o acidente aconteceu. Fotos tiradas logo depois mostram as queimaduras e cicatrizes. Ele chegou a ficar afastado do trabalho por quase uma semana para se recuperar.
“Teve que depois retirar um pedaço da pele onde perfurou e, basicamente, sarou. Se, por ventura, eu quiser tirar essas manchas, aí tem que fazer um procedimento estético para dar uma diminuída, mas ainda não será 100% porque tem cicatrizes”, explica.
Luiz estava sentado na sala da própria casa, acompanhado por outros dois amigos e mexendo no celular. A câmera de segurança da garagem registrou o momento da explosão. Depois de um clarão, o rapaz sai de casa correndo.
O funcionário público relata que comprou o celular há cerca de três anos e que nunca teve problemas com o aparelho. Quando explodiu, o celular não estava carregando ou conectado a dispositivos eletrônicos.
“A única tomada que tem aqui na sala é uma que está escondida aqui atrás [do sofá], então o cabo não chegaria. Ele não apresentava defeito, nunca foi para a manutenção nem nada, não esquentava. Ele apenas explodiu do nada”, conta Luiz.
O engenheiro elétrico Cássio Portugal Melo, professor do Senai de Mogi das Cruzes, acredita que a explosão tenha sido provocada pela bateria. Ele diz que, apesar de ser rara, essa é a uma situação que pode afetar qualquer celular.
“Os fatores são muitos, desde a vida útil do celular. O celular é um componente e como todo componente ele tem uma vida útil. Desde isso a [até] mesmo esse celular ter sido exposto a altas temperaturas, por exemplo, em cima da TV, celular em cima do computador, ou próximo a temperaturas altas”, diz.
Ele explica que o aquecimento do celular é perigoso, porque a bateria é composta por lítio e íon, materiais sensíveis quando expostos à água ou ao oxigênio.
“Outro fator é que existe um componente chamado eletrólito, que ajuda na proteção, para evitar explosão da bateria. Com o aumento da temperatura, ele não suporta e pode vir a provocar a explosão do equipamento, ou seja, da bateria”, explica.
O engenheiro ainda dá dicas para evitar que isso aconteça. Entre elas, jamais colocar o celular no painel do carro ou em qualquer outra base de calor, além de não falar ao telefone e nem usar os aplicativos enquanto carrega.
“Não devemos nunca deixar o celular, por exemplo, carregando a noite inteira ou o dia inteiro. O ponto de carga do celular, o gerenciador de carga, nem sempre está em perfeitas condições. [Também] não podemos utilizar o celular no momento de carga deles, porque a abertura de aplicativos e, ao mesmo tempo, você fala no celular, no momento da carga ele já sofre um grande aquecimento. Você abrindo o aplicativo aumenta o consumo de potência”.
Cássio ainda recomenda que o usuário evite acessórios que não sejam os originais, pois não possuem garantia de fábrica de que foram testados.