A ativista social Sabrina Bittencourt, que recebeu as primeiras denúncias de assédio sexual contra o médium João de Deus, morreu na noite do último sábado (2). A morte foi confirmada pela ONG Vítimas Unidas, grupo o qual fazia parte.
Em nota, assinada pela presidente da organização, Maria do Carmo Santos, e pela fundadora, Vana Lopes, Sabrina morreu por volta das 21h, em Barcelona, onde vivia. “A luta de Sabrina jamais será esquecida e continuaremos, com a mesma garra, defendendo as minorias, principalmente as mulheres que são vítimas diárias do machismo”, afirma a nota.
Sabrina deixou uma carta de despedida, em sua conta pessoal no Facebook. “Marielle me uno a ti. Somos semente. Que muitas flores nasçam dessa merda toda que o patriarcado criou há 5 mil anos! Eu fiz o que pude, até onde pude. Meu amor será eterno por todos vocês. Perdão por não aguentar, meus filhos. vocês terão milhares de mães no mundo inteiro. Minhas irmãs e irmãos na dor e no amor, cuidem deles por mim”, diz parte do texto.
Ela deixa três filhos. O mais velho, Gabriel Baum, num post no Facebook, fez homenagem à mãe. Ela só se transformou em outra matéria. Nós seguiremos por ela. Foi isso que minha mãe me ensinou e ninguém vai poder tirar de mim. Não permitam que manchem o nome dela”, escreveu.
Á revista Maire Claire, ela relatou que, por sua luta junto às vítimas de assédio sexual, recebia diversas ameaças de morte, e precisava se mudar constantemente de país. Ela também revelou que sofreu com abusos durante a infância, e que, aos 16 anos, abortou um filho fruto de um estupro.
Na caso de João de Deus, ela foi importante. Além de investigar as acusações junto à imprensa, auxiliou a filha do médium, Dalva Teixeira, nas denúncias contra o próprio pai.