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Vitória da Conquista perde posição no IPS 2025 e deixa de ser a melhor cidade para se viver na Bahia

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Depois de figurar em 2024 como a cidade com o maior Índice de Progresso Social (IPS) da Bahia, entre os munícipios com mais de 100 mil habitantes, Vitória da Conquista caiu três posições no ranking estadual em 2025 e agora ocupa o 4º lugar. A cidade, que havia sido amplamente promovida pela gestão municipal como referência em qualidade de vida, pontuou 65,59 na edição mais recente do IPS, ficando atrás de Salvador, Lauro de Freitas e Feira de Santana e perdeu o posto de melhor cidade para se morar na Bahia.

 No ranking nacional, aparece na 620ª posição entre os 5.570 municípios brasileiros. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (28). O IPS é um indicador internacional que mede o nível de progresso social das cidades com base em dados exclusivamente sociais e ambientais  sem considerar aspectos econômicos, como PIB ou renda per capita. O objetivo é avaliar o quanto uma cidade é capaz de proporcionar bem-estar e qualidade de vida para sua população, a partir de três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades, divididas em 12 componentes e 55 indicadores.

Na dimensão de Necessidades Humanas Básicas, Vitória da Conquista obteve nota de 69,73, abaixo da média nacional (73,71). O pior desempenho foi no componente Moradia, com nota de apenas 54,31, evidenciando problemas na infraestrutura urbana, como ausência de saneamento, qualidade das habitações e planejamento urbano. Também ficaram abaixo da média nacional os componentes Nutrição e Cuidados Médicos Básicos, com nota 71,36, e Segurança Pessoal, com 68,18. Já os dados de Água e Saneamento ficaram um pouco melhores, com 76,43.

Na segunda dimensão, Fundamentos do Bem-Estar, a cidade também apresentou desempenho abaixo da média nacional. A nota foi de 66,68, enquanto a média do país foi de 70,27. O destaque negativo ficou com o componente Sustentabilidade dos Ecossistemas, com uma nota alarmante de 44,99  bem distante da média brasileira, que foi de 55,89. Isso indica problemas como baixa cobertura vegetal, poluição e ausência de ações eficazes na área ambiental. Por outro lado, o componente Acesso ao Conhecimento Básico teve nota positiva (74,67), acima da média nacional, refletindo um bom desempenho na educação fundamental.

Já na dimensão de Oportunidades, Vitória da Conquista teve sua melhor pontuação, com 60,35, superando a média nacional de 54,87. Entre os componentes, o melhor desempenho foi em Direitos Individuais, com nota 67,99, acima da média nacional de 65,92. Também tiveram desempenho positivo os itens Liberdade Individual e de Escolha (64,89) e Acesso à Educação Superior (67,23). O componente Tolerância e Inclusão, no entanto, ficou com 49,19, revelando desafios na inclusão de grupos vulneráveis e na equidade social.

Em 2024, o IPS colocou Vitória da Conquista no topo da Bahia, sendo utilizada pela prefeita Sheila Lemos como vitrine de sua gestão em peças publicitárias, redes sociais e entrevistas. A Prefeitura chegou a divulgar que o município era “a melhor cidade para se viver na Bahia”, com base no índice. A publicação oficial da Prefeitura Municipal na época destacou ações em áreas como saúde, educação e desenvolvimento urbano como justificativas para o bom desempenho. A queda em 2025 mostra, no entanto, que os dados precisam ser analisados com mais cautela. A perda de posições sugere falta de continuidade ou insuficiência em políticas públicas estruturantes em áreas essenciais como moradia, meio ambiente e saúde básica.

A nova classificação do IPS serve de alerta para a administração municipal. Apesar de avanços pontuais, os dados indicam retrocessos significativos em áreas essenciais como moradia, saúde básica e sustentabilidade ambiental.


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