O Atlas da Violência divulgado na última segunda-feira (05), mostrou um crescimento exorbitante no número de assassinatos causados pelo tráfico de drogas e pela disputa de facções criminosas. O estudo apontou ainda que as taxas são maiores nas regiões Norte e Nordeste.
O levantamento foi feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). No total foram analisados 310 municípios com mais de 100 mil habitantes no ano de 2017. Ao final, foi apresentado de forma regionalizada a distribuição da violência no Brasil.
120 municípios acumulam 50% dos homicídios
O Atlas mostrou que 120 municípios concentram 50% dos homicídios ocorridos no país no ano do levantamento. A Bahia é o segundo estado com maior número de municípios onde os assassinatos estão concentrados, 14 no total, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, com 16 municípios. O estado de Pernambuco fica com a terceira posição, tendo 10 municípios na lista daqueles que concentram a metade da taxa de homicídios.
Nos demais estados a situação é a seguinte: Acre (com 1 município), Alagoas (2), Amazonas (1), Amapá (1), Ceará (8), Distrito Federal (1), Espírito Santo (4), Goiás (4), Maranhão (2), Minas Gerais (7), Mato Grosso do Sul (1), Mato Grosso (1), Pará (8), Paraíba (3), Tocantins (2), Piauí (1), Paraná (5), Rio Grande do Norte (5), Roraima (1), Rondônia (1), Rio Grande do Sul (8), Santa Catarina (2), Sergipe (2) e São Paulo (8).
Dentre os 14 municípios baianos que integram a lista deste dado preocupante, Vitória da Conquista fica com a 13ª, com uma taxa de homicídios de 61,1, o que pode ser considerado um avanço, uma vez que a cidade já foi considerada a quarta cidade mais violenta do país com base na taxa de homicídios.
O município de Simões Filho foi o que ficou com a primeira posição do ranking na Bahia, com uma taxa de homicídios de 119,9. A cidade também ocupa a 4ª posição do ranking nacional.
Indicadores socioeconômicos x taxa de homicídios
O Atlas também compara os indicadores socioeconômicos com a taxa de homicídios. Assim, as localidades mais carentes também têm as taxas mais altas, como é o caso dos municípios das regiões Norte e Nordeste. Nessas partes do país, os índices de jovens entre 15 e 24 anos que não estudam, nem trabalham são expressivamente maiores do que nas outras áreas do país.
Os indicadores habitacionais seguem essa mesma linha, sendo piores nos municípios mais violentos. Desse modo, as altas taxas de homicídios são precedidas por condições precárias de desenvolvimento infantil, moradia, educação e emprego.
O Atlas completo pode ser acessado através do link:
