A ViaBahia, concessionária responsável pela gestão de importantes trechos das BRs 116 e 324, está em processo de rescisão contratual com o Governo Federal. Em Vitória da Conquista, um dos últimos atos da empresa antes de deixar a administração das rodovias foi a realização de uma pintura no asfalto, uma sinalização horizontal no Anel Viário, no trecho que cruza com o bairro Urbis VI.
A medida, no entanto, gerou curiosidade entre moradores e lideranças comunitárias da região. Isso porque há anos a população reivindica intervenções estruturantes nesse ponto da rodovia, incluindo a construção de um viaduto para garantir segurança e fluidez no tráfego. O local é conhecido pelo alto fluxo de veículos e pela travessia constante de pedestres, muitos dos quais moradores dos bairros Urbis VI, Renato Magalhães, Recanto das Águas e outros do entorno.
Apesar das promessas e do reconhecimento da necessidade por parte das autoridades, a duplicação do Anel Viário e a requalificação dos cruzamentos com os bairros urbanos nunca saíram do papel. As intervenções ficaram restritas a pequenas ações de sinalização e pintura no asfalto – o que, segundo os moradores, é insuficiente diante da complexidade do trânsito no trecho.
A rescisão do contrato entre a ViaBahia e o Governo Federal foi homologada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A assinatura do aditivo contratual que prevê a transição da gestão das rodovias BR-116, BR-324, BA-526 e BA-528 para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está marcada para o dia 17 de abril. Após essa data, o DNIT assumirá a administração das vias até que uma nova licitação seja realizada, o que está previsto para o final deste ano.
Pelo acordo, a ViaBahia receberá uma indenização de R$ 681 milhões por ativos não amortizados, além de R$ 80 milhões para cobrir custos relacionados ao encerramento das operações e litígios judiciais.
Com a saída da concessionária, o DNIT já anunciou que atuará de forma emergencial na manutenção das rodovias, com ações de recapeamento, reforço da sinalização e intervenções pontuais. A expectativa da comunidade conquistense é de que, sob a nova concessão, investimentos significativos sejam finalmente executados, incluindo a tão esperada duplicação do Anel Viário e a construção do viaduto na Urbis VI – reivindicações antigas que seguem sem resposta.
