Nos últimos dois meses, a gestão de saúde em Vitória da Conquista foi alvo de várias denúncias e problemas. Além da falta de medicamentos na Farmácia da Família e postos de saúde, os atendimentos realizados pela Santa Casa e da Policlínica Regional Saúde foram suspensos devido a falta de repasse da prefeitura municipal. O Blog do Sena conversou com a vereadora Viviane Sampaio (PT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, que acredita que a postura do prefeito Herzem Gusmão (MDB) é um dos principais motivos da crise no setor.
Para Viviane, ” a situação de saúde no município é crítica e tende a se agravar”. “Isso porque o prefeito continua com a postura de sempre culpar terceiros. Nunca admite que houve falha de gestão e administração”, disse.
Policlínica – A vereadora usa como exemplo o imbróglio em relação a Policlínica Regional de Saúde. Através de consórcio interfederativo, os 28 municípios membros se comprometeram em fazer o repasse mensal para custear 60% da manutenção da Policlínica, os demais 40% é de responsabilidade do Governo do Estado. No entanto, após dois meses da inauguração do equipamento, Vitória da Conquista não realizou nenhum pagamento, o que levou à suspensão dos atendimentos.
“O prefeito assina a adesão sabendo das suas obrigações e que tinha que enviar o PL para a Câmara para aprovar a unidade orçamentária. Ele não pode dizer que descobriu agora”, disparou Viviane. “Entendo que desde 2017, o prefeito teve resistência em aderir a Policlínica por questões políticas. O não pagamento agora compromete a saúde financeira de todo o consórcio, e agora ele[ Herzem] tenta se fazer de vítima”, completou.
Santa Casa– Desde o dia 06 de setembro, o grupo de médico da Santa Casa de Saúde suspendeu por tempo indeterminado os atendimentos no pronto socorro. Atendendo apenas os pacientes cuja classificação de risco seja amarela ou vermelha dentro do perfil institucional. O motivo seria o atraso no repasse da prefeitura, visto que quase 70% dos atendimentos no Hospital são realizados pelo Sistema Único de Saúde. Já o governo municipal alega que a Santa Casa não estava atingindo as metas de atendimentos.
Sobre o caso, Viviane avalia que está havendo uma intransigência da Secretaria Municipal de Saúde em não abrir um processo administrativo para apurar o caso. “Se a Santa Casa não cumpriu as metas pode haver o desconto, mas para isso é preciso um processo administrativo”, explicou.
A vereadora afirmou ainda que o novo secretário de saúde, Alexsandro Nascimento Costa, mostrou-se um técnico responsável e transparente, “mas não é apenas a competência do secretário que vai resolver os problemas, e sim a priorização que o governo municipal precisa dar à saúde”.
Enquanto presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Viviane reforçou o compromisso da Comissão. “Vamos continuar na fiscalização e provocando o Ministério Público Estadual e Federal para que adotem as medidas cabíveis”, frisou.
