No final dos anos 90, antes mesmo da conquista por Popó do 1º Título Mundial dos Super Pena da WBO (ACELINO POPÓ X ANATOLY ALEXANDROV), treinávamos no melhor do Boxe do interior da Bahia, Academia Dinossauros, com o professor e amigo Raul Filho.
Havia praticantes dos quatro cantos da cidade, variadas idades e pesos, dentre eles, notava-se um jovem esguio, sempre vestido com uma calça que os capoeiristas locais gostavam de usar, andava em um CORSA WIND, “valente”, mas de bom coração, esse era o jovem Julivaldo.
Assim, Julivaldo do ciclismo, do Jiu-Jitsu, da Educação Física, também, um dia foi da capoeira e do boxe, “época dourada” da antiga Academia Dinossauros, que, no seu rol de boxeadores tinha “Seco”, Josias (à época segurança do recém-inaugurado Bom-Preço, hoje da PM) e os saudosos “Rambo” e “Hulkinho”, além de “Pi” (para os que tinham coragem, o chamava de seu verdadeiro nome, que é Onésimo).
Com os compromissos da vida adulta, e também com outras “modalidades novas”, sobretudo com a difusão do Jiu-Jitsu em nossa cidade – ainda timidamente com o mestre Omar Maron na praça do Fórum, depois, mais enfaticamente com o faixa marronRodrigo (estudante de Agronomia da UESB) e o faixa preta Fabrício Baltar na Academia Atlética Master, que estiveram também num brevíssimo período no tatame da Academia Ogawa -, acabamos perdendo esse convívio esportivo do boxe, mas, acompanhava, via redes sociais, o trabalho do já Educador Físico, Professor Julivaldo, destacando-se por conta de seuafinco, da sua seriedade, de seu amor ao esporte, de sua grande fé em Deus, e principalmente pelo respeito e amizade às pessoas, tanto é assim que, diante de seus colegas de trabalho, de treino, de alunos(as), era bastante reconhecido, respeitado e estimado.
Infelizmente, na última semana, a família, os amigos, os colegas, enfim, o esporte perdeu, de forma brutal, Julivaldo diante de um acidente no trajeto de sua residência.
Rogamos a Deus que o receba em sua morada sagrada e que console e dê forças, principalmente a sua família enlutada (pai – o amigo Nivaldo da Autopeças -, mãe, irmãos – Júnior -, primos, esposa, filha, …) e que seja feita a “Justiça dos Homens”, propiciando um julgamento pautado no contraditórioe na ampla defesa “ao causador do acidente”, inclusive havendo grande possibilidade de se ter um desfecho de reconhecimento de “dolo eventual”(=aquele que, apesar de o sujeito não desejar o resultado danoso, prevê e aceita a possibilidade do resultado), e por consequência se ter uma “novidade jurídica”, que é a ação penal desse caso tramitar perante o Tribunal do Júri de nossa Comarca.
Por fim, que essa perda irreparável “sirva” ao menospara termos cidadãos(ãs) (motoristas, motoqueiros(as), pedestres, ciclistas, …) mais zelosos, prudentes, pacientes, educados, solidários(as), e que o Poder Público, logicamente não declinando “culpa”diretamente a ninguém, propicie uma Vitória da Conquista mais bem iluminada, mais bem sinalizada, inclusive com uma melhor sinalização horizontal, itens esses faltantes na maioria de nossa cidade, inclusive no local onde ocorreu o triste acidente.
JULIVALDO, PRESENTE!!!
Por Andreson Ribeiro – apreciador do esporte e das artes marciais.&