A prefeita reeleita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (UB), participou do podcast “Projeto Prisma”, do portal de notícias de Salvador, Bahia Notícias. O episódio foi ao ar nesta segunda-feira (09).
A gestora falou sobre diversos assuntos, entre eles a forma repentina como assumiu o comando da terceira maior cidade da Bahia, após a morte do prefeito Herzem Gusmão em 2021, devido a complicações causadas pelo Coronavírus.
Sheila relembrou que foi recebida com desconfiança pelos críticos e pela população. “Eu não tinha nenhum tipo de experiência na gestão pública, mesmo tendo uma vasta experiência na gestão de empresas, as pessoas não me conheciam como seria essa Sheila, essa pessoa que não era política, que não tinha nenhum, nunca tinha trabalhado na gestão pública, uma mulher, como seria, como essa pessoa, essa mulher iria dar conta de uma cidade do tamanho, da pujança de Vitória da Conquista e de todos os problemas que uma grande cidade tem”, disse.
A gestora recordou que tinha como proposta fazer uma gestão de diálogo e de construção de “pautada em construir pontes e não construir muros. Isso foi uma cultura na cidade, né, a classe política não conseguia compreender como eu iria conseguir fazer uma gestão conversando, dialogando com a oposição”. O diálogo com a Câmara de Vereadores foi a forma encontrada para aprovar os projetos, o que, na avaliação dela, é feito sem ideologias e ou bandeiras políticas, mas pensando no melhor para o município. “Então, nós conseguimos fazer isso, foi uma gestão realmente diferente do que estava posto até o momento lá em Vitória da Conquista. E é isso que nós queremos para o futuro. Mas claro, que a Sheila de 2025 é diferente da 2021, porque vem com toda uma carga, uma experiência. São quatro anos gerindo a melhor cidade da Bahia para se viver”, ponderou.
Para Sheila, o crescimento da cidade perpassa diretamente pela parceria mantida com a iniciativa privada, estratégia adotada ainda pelo ex-prefeito Herzem Gusmão. “Os governos do PT, pelo menos lá em Vitória da Conquista, vou falar de lá, porque é onde eu vivi e vivi como empresária. Eles faziam uma distinção, tipo assim, o empresário não pode ser parceiro do poder público. Não pode ou não é. Então assim, o empresário é inimigo. E quando o Herzem entrou, ele disse assim, não, o empresário pode participar do crescimento da cidade, nós podemos fazer isso juntos. E fizemos isso. Trouxemos a iniciativa privada para ajudar o poder público a fazer a cidade crescer, porque só com os recursos poucos é muito difícil você fazer alguma coisa, muito difícil mesmo”, relembrou.
Processo de inelegibilidade
Assim como começou desafiador, o final do mandado da prefeita terminou do mesmo jeito. Faltando poucos dias para o primeiro turno das eleições 2024, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) decidiu pela inelegibilidade da prefeita. A Ação de Impugnação do Registro de Candidatura (AIRC) foi movida pelos adversários dela, com base na proibição legal de perpetuação de grupos familiares no poder. A mãe de Sheila, Irma Lemos, era a vice-prefeita de Herzem Gusmão, e assumiu o poder durante as férias e no período de doença do falecido gestor.
Mesmo eleita, ainda no primeiro turno, com mais de 116 mil votos, a prefeita corria o risco de não assumir o novo mandato. Somente após um recurso provido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sheila pôde respeitar aliviada.
Para ela, tudo não passou de uma estratégia de seus adversários para prejudicá-la no processo eleitoral. “Não tinha dúvida alguma que eu poderia me candidatar. Eu estava elegível, sem problema algum. Mas os adversários, desde o início, desde o primeiro mês, quando eu assumi, eles começaram essa narrativa. Eles vão levando essa narrativa para ver se isso vira uma verdade na cabeça do eleitor. E fizeram isso no processo inteiro, nos quatro anos de mudança, sempre falando que eu não poderia ser candidata, que eu não poderia ser candidato. Aí não tinha lógica alguma, aquilo não era plausível. Então eu entendia que era uma narrativa para atrapalhar o processo eleitoral mesmo. Eu acho que às vezes as pessoas me perguntam, você tinha alguma dúvida? E eu falo, não, nenhuma. Quem tem dúvida, quem desde o início são eles, eles têm certeza que isso não daria nada. Mas sabiam que iam ter uma interferência no processo político”, afirmou.
A gestor a retomou as afirmações de que os adversários não queriam disputar com ela nas urnas. “Eles queriam disputar somente os dois candidatos do PT e do MDB. Não queriam ter uma disputa comigo, porque sabiam que pelo trabalho que a gente vinha executando na cidade, que essa disputa eles não iriam vencer. Eu falei isso o tempo inteiro na campanha eleitoral. Eles estão com esse discurso porque estão com medo. Cheguei até a falar um dia num debate na TV que inelegível seriam eles, porque não teriam voto”, disparou.
Confira o podcast na íntegra aqui.