São mais de 200 cargos em jogo, e mesmo no tempo em que ela estava interina, já havia atritos, com alguns se recusando a cumprir ordens
Levi Vasconcelos
Na guerra à Covid, Sheila Lemos (DEM), sucessora de Herzém Gusmão na Prefeitura de Vitória da Conquista, já avisou: ‘Vou seguir a ciência’. Sinal de que a coisa mudou. O antecessor era defensor da Cloroquina, e negacionista, como Bolsonaro, seu líder.
Sheila é do DEM de ACM Neto, que na Prefeitura de Salvador, assim como o sucessor, Bruno Reis, sempre seguiu as regras científicas contra a pandemia, e por isso é (ou era) chamado pelos seguidores de Herzém de comunista.
Ela já disse que não vai demitir ninguém por enquanto. Mas são mais de 200 cargos em jogo, e mesmo no tempo em que ela estava interina, já havia atritos, com alguns se recusando a cumprir ordens.
Comoção
Semana passada, uma irmã de Herzém divulgou áudio dizendo que ele estava melhor, já pensando até em voltar, mas quando soube de algumas coisas que se passavam em Conquista, piorou.
Com a morte de Herzém, a cidade parou, comovida.
Os imprevistos do sepultamento ajudaram nisso. A chegada do corpo estava prevista para o meio-dia de sábado, e o enterro para as 15h. O corpo só chegou 19h, e o enterro foi às 21h.
É nesse clima que Sheila dá os primeiros passos como prefeita. Na posse dela, nenhum familiar de Herzém apareceu, justo eles que se apegavam ao pai como os filhos de Bolsonaro. Mais: ainda tem o processo eleitoral movido pelo PT. Ela herda também.
Susto previsto
Jornalistas de Vitória da Conquista dizem que a notícia da infecção de Herzém Gusmão pela Covid causou furdunço desde o início.
Herzém venceu o segundo turno em 29 de novembro, um domingo. Uma semana depois veio a Salvador e se encontrou com ACM Neto, ainda prefeito; Colbert Martins, o vitorioso em Feira de Santana; e Zé Ronaldo. Dia 7 de dezembro, a segunda subsequente, anunciou que testou positivo.
Deu numa corrida ao teste.
Bahia.ba
