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“Será que se fosse um bam bam bam bam, aqui da cidade, essa assistência não teria chegado”, dispara jornalista após denúncia de falta de assistência do Samu

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A saúde pública em Vitória da Conquista continua sendo destaque negativamente na imprensa local. Os motivos também continuam sendo os mesmos: a falta de assistência das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No programa Brasil Notícias desta sexta-feira (15), o jornalista Daniel Silva e o repórter Ricardo Gordo destacaram o problema e a preocupação da população, tanto da zona urbana quanto na zona rural da cidade.

No distrito de Cercadinho, uma moradora, conhecida como Dona Lisa, precisa ser transferida para a sede de Vitória da Conquista para tratamento médico. No entanto, sem nenhuma  explicação, a ambulância da localidade sumiu. E mesmo diante da urgência, uma ambulância do Samu não foi até o local fazer o transporte da senhora. O jornalista Daniel Silva cobrou uma explicação da secretaria Municipal de Saúde, Vinicius Rodrigues.

“Que esculhambação é essa? Que pardieiro é esse? Semana que vem a gente briga (sobre o sumiço da ambulância). Mas agora nós precisamos socorrer. Atenção Vinícius Rodrigues, secretário municipal de Saúde. Eu tenho o seu WhatsApp e estou passando uma mensagem para o senhor. Responda por gentileza, querido, responda a população não é a mim não. É para a família de dona Josina que está lá aguardando a transferência dessa senhora para a sua assistência médica adequada em Vitória da Conquista”, disparou Silva.

No entanto, os problemas não pararam por aí. Foi divulgado uma denúncia de um morador do bairro Santa Cruz que, por meio de áudio, questionou a falta de assistência para um vizinho que faleceu de infarto. Segundo ele, a ambulância do Samu passou mais de uma hora para chegar. Quando a equipe chegou, infelizmente, a vítima já está sem vida.

“Um vizinho nosso aqui faleceu de infarto. Ele estava com sintomas de infarto umas 07h00 d amanhã, mais ou menos. No começo a gente foi chamou a ambulância né? E aí eles ficaram de vir e tal, mas não vieram.  E aí passa uns 20, 30 minutos e nada da ambulância. O paciente ainda respirava e aí eu fui, tirei o carro da garagem querendo levar aí, mas aí os parentes não queriam deixar porque diziam que a ambulância estava vindo, que já tinham ligado para a ambulância. Deu 01h00 e nada de chegar. O horário que a ambulância chegou foi 1h12, depois foi o horário que eles chegaram. Quando chegou, infelizmente o paciente já tinha falecido”, disse o morador.

Para o jornalista, a situação precisa de uma solução para que a população não sofra com a desassistência. “É o que eu falo aqui sempre na saúde, tempo é vida, tempo é vida. Se você desperdiça o tempo e se você não otimiza o tempo, se você não é célere na sua ação, significa que gente morre por desassistência do Estado. Gente está morrendo nos quatro cantos por desassistência do Estado. Poderia morrer durante o atendimento? Poderia, mas não teria a dor agora na família de que morreu desassistido”, disparou Silva.

O jornalista ainda deixou uma pergunta no ar ao questionar se as pessoas ricas da cidade estão tratadas da mesma forma que as pessoas mais humildes.  “Nós somos finitos, nós morremos, é fato. Mas não é um motivo que podemos banalizar a vida e dizer ´Eu escolho a quem eu dou assistência´. Será que se fosse um bam bam bam bam, um poderoso, um ricão aqui da cidade, essa assistência não teria chegado? Será? Será que a vida de uma pessoa economicamente mais abastada vale mais do que a vida de um menino na periferia, de um idoso na periferia? Na balança do serviço público, quanto você desgraça? E você perder a vida dando a ela o assistente”, finalizou Silva.


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