Moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Vitória da Conquista, encaminharam ao Blog do Sena denúncias sobre as condições precárias das ruas da localidade. Segundo os relatos, a situação se agrava em períodos de chuva, quando as vias ficam tomadas por lama e grandes poças d’água, dificultando a circulação de veículos, motocicletas e pedestres.
A Rua Beija-flor, por exemplo, está praticamente intransitável. Os motoristas precisam redobrar a paciência e os pedestres a atenção ao transitar pelo local. O problema ocorre mesmo após a Prefeitura ter contraído empréstimos milionários junto à Caixa Econômica Federal por meio do programa de financiamento à infraestrutura e ao saneamento (Finisa), que já se encontra em sua terceira fase. O objetivo desses financiamentos era justamente viabilizar obras de pavimentação, drenagem, requalificação de vias e urbanização em diversos bairros da cidade.
O Finisa I, assinado em 2018 na gestão do ex-prefeito Herzem Gusmão, destinou cerca de R$ 45 milhões para obras de infraestrutura em bairros como Henriqueta Prates, Conveima, Vila América e outras localidades. Já o Finisa II, firmado em 2020, injetou mais R$ 50 milhões em intervenções semelhantes, beneficiando regiões como Conjunto da Vitória, Recanto das Águas, Renato Magalhães, entre outros.
Na gestão da prefeita Sheila Lemos, foi assinado o Finisa III, com valor recorde de R$ 160 milhões, divididos em três etapas: R$ 30 milhões em 2023, R$ 120 milhões previstos para 2024 e R$ 10 milhões em 2025. As obras desta fase incluem a requalificação da Avenida Brumado, drenagem de canais, pavimentação de mais de 100 km de ruas e revitalização de espaços públicos. Bairros como Cidade Modelo, Jardim Guanabara, Morada Real, Alto do Panorama e Cruzeiro recebem parte dessas intervenções.
Apesar dos avanços anunciados, o Recanto dos Pássaros segue enfrentando sérios problemas de infraestrutura, sem previsão concreta de inclusão nas etapas do Finisa III. O bairro ainda convive com ruas de terra, ausência de drenagem adequada e acúmulo de água durante as chuvas.
A situação do Recanto dos Pássaros não é isolada. Outras localidades da cidade, especialmente nos setores periféricos, também convivem com a falta de infraestrutura básica. Mesmo com os aportes milionários dos três financiamentos já contratados, muitos bairros seguem fora do alcance das obras.