Com o alto crescimento dos casos de dengue em Vitória da Conquista, muitos pacientes estão procurando a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O resultado é a superlotação da unidade de saúde e o crescimento das reclamações dos usuários. Mas, segundo o Governo do Estado, o problema é causado pela falta “de oferta de serviços típicos qualificados da Atenção Primária” e de “Unidades de Pronto Atendimento” geridas pelo próprio munícipio.
A declaração do Governo do Estado não foi bem recebida pela Prefeitura de Vitória da Conquista que rebateu. Em entrevista ao Blog do Sena nessa terça-feira (19), o secretário Municipal de Saúde, Vinícius Rodrigues, declarou que a nota do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesab), é equivocada e afirmou que o Município tem investido no combate à dengue.
“Acho que houve um equívoco na informação quando se fala que só tem a UPA de porta de entrada aqui em Vitória da Conquista, de emergência, quando a gente tem o Unimec, que é uma porta contratualizado do município, a partir de amanhã, a pedido nosso, teremos dois médicos de plantão lá. A gente tem a Santa Casa, que tem o pronto Socorro, o clínico adulto, tem o pronto socorro infantil na Santa Casa, contratualizados pelo município. A gente tem o Esaú Matos, que tem uma porta de entrada infantil, também contratualizado pelo Município”, explicou Rodrigues.
Segundo o secretário, o Munícipio tem investido em ações para combater a dengue na cidade. Ele destacou as unidades de saúde sentinelas que estão funcionando até às 22 horas para atender a alta demanda. “Abrimos quatro unidades Sentinela com dois médicos de cada unidade, atendendo a população de dengue. Abrimos agora mais quatro unidades que serão permanentes, que estão atendendo também até 22h00 e aos sábados, e duas delas estão atendendo até 22h00 de sábado”, destacou Rodrigues.
O secretário afirmou que a Prefeitura tem trabalhado para que os moradores tenham atendimento médico com qualidade e rapidez e cobrou do Governo do Estado o envio da vacina da dengue para o município. “Eu acho que houve um equívoco e eles devem corrigir essa nota nesse sentido. Nós estamos aí, trabalhando duro, a gente vem conversando com todas as instâncias, a gente não faz politicagem com a saúde e a gente espera, inclusive, que Vitória da Conquista seja contemplada com as vacinas. Vitória da Conquista que vem mostrando aí esses números, o Estado se mostrando preocupado, mas a vacina não chega. Então a gente espera que essas vacinas cheguem em Vitória da Conquista”, disparou Rodrigues.
De acordo com o secretário, o governo Sheila Lemos tem investido na atenção básica. Segundo ele, hoje a cobertura é de 73%. “Aumentamos a cobertura da Atenção Básica de Vitória da Conquista, a cobertura está em 73%. A gente tem um volume de atendimento altíssimo. Precisamos, obviamente, aumentar o número de equipes, precisamos. Mas se você voltar lá em 2016, Vitória da Conquista tinha 47% de cobertura, ou seja, menos da metade da conquista era coberta. Hoje temos 73%”, explicou.
Para o secretário, a situação da superlotação na UPA é devido à alta demanda de atendimento de pacientes de vários municípios da região. “A gente tem descentralizado o atendimento nas unidades básicas, priorizando o atendimento dos pacientes com dengue. A gente tem que entender que Vitória da Conquista é uma cidade polo, que não atende apenas os 387.000 habitantes dela. Atende também uma população flutuante que beira 800.000 habitantes, com a cidade circunvizinhas, todas vindo para cá e que de fato essa população que vem para a conquista procura a UPA. Então são os municípios ao redor também que mandam muitos pacientes para cá”, declarou.