Uma criança de um ano e cinco meses morreu por desnutrição severa em Barra do Choça, na última sexta-feira (9). Os pais, um homem de 26 anos e uma mulher de 29, foram presos em flagrante pela Polícia Civil sob suspeita de maus-tratos e abandono de incapaz. O caso já vinha sendo acompanhado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) do município. As informações foram divulgadas pelo programa Bahia Meio Dia, da TV Sudoeste.
Na quinta-feira (8), uma equipe do CREAS foi até a residência da família e encontrou a criança deitada em situação de vulnerabilidade, com sinais de desnutrição e até insetos próximos a ela. Diante do estado crítico, os profissionais encaminharam o menino para o Hospital Municipal de Barra do Choça. Segundo relato médico, a criança apresentava prostração, rebaixamento de consciência e um quadro grave de desnutrição.
A equipe médica iniciou os protocolos de estabilização e solicitou a transferência para o Hospital Geral de Vitória da Conquista, onde haveria maior suporte. No entanto, antes que a transferência pudesse ser realizada, o estado de saúde da criança piorou. Ele sofreu uma parada cardíaca e, apesar das tentativas de reanimação, não resistiu.
A Polícia Civil já investigava o casal desde novembro do ano passado por suspeita de maus-tratos. Segundo o delegado Tiago Barreto, responsável pelo caso, os pais foram interrogados separadamente e negaram que houvesse negligência nos cuidados com o filho. Eles alegaram que a criança, que tinha paralisia cerebral, se alimentava exclusivamente de um leite especial e recebia alimentação oito vezes ao dia. No entanto, conforme destacou o delegado, as imagens da residência mostravam uma realidade diferente.
Ainda no hospital, os médicos relataram que a criança também apresentava febre e tosse, além do quadro de desnutrição severa. Segundo um profissional da unidade, essa condição não ocorre rapidamente, mas de forma progressiva ao longo do tempo. A criança estava com apenas 5,8 kg, enquanto o peso esperado para a idade deveria estar entre 10 e 12 kg.
O outro filho do casal, um bebê de três meses, foi encaminhado para uma família acolhedora. A Justiça agora decidirá sobre o futuro da criança e o andamento do caso dos pais.
