A Prefeitura de Vitória da Conquista mantém, há quase um ano, um contrato milionário com a Viação Rosa, que realiza parte do transporte público coletivo da cidade. A empresa foi contratada com dispensa de licitação e vem sendo alvos de críticas dos usuários do transporte que reclamam das condições estruturais dos ônibus, higiene precária, alto preço das tarifas e a frequente quebra dos ônibus que atrasam mais ainda o trânsito da cidade, ou seja, um verdadeiro caos. Mesmo com o serviço insuficiente prestado pela empresa na cidade, o prefeito Herzem Gusmão insiste em adiar o processo licitatório para escolha de uma nova empresa e mantém a Viação Rosa com um contrato de mais de 2 milhões mensais previsto até julho deste ano.
Recentemente o prefeito contratou mais uma vez, por dispensa de licitação, outros 8 ônibus da mesma empresa por mais R$ 2,6 milhões. Nesse valor estão inclusos o valor do contrato, o aluguel dos ônibus e o valor de R$ 2,5 por quilômetro rodado. O contrato tem vigência de 180 dias conforme a publicação no Diário Oficial do município. Deusdete Dias, radialista do programa Redação Brasil, da Brasil FM, aponta a necessidade de uma ação por parte do Ministério Público para investigar a necessidade de tais contratos e a situação atual do transporte. “Atenção Ministério Público, pelo amor de Deus, tente pelo menos dar uma olhada nisso, o que que custa os procuradores do Ministério Público verificarem ao menos o que está ocorrendo com o transporte público dessa cidade?”
Em agosto de 2019 o vereador Coriolano Moraes (PT) entrou com uma denúncia no Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal contra a Viação Rosa, que já atuava no transporte coletivo de Vitória da Conquista. O vereador apresentou uma extensa documentação sobre o caso e pediu que as denúncias fossem apuradas com rapidez. No entanto, nenhuma ação afetiva foi realizada na mudança de empresa de transporte até o momento.
São quase 22 milhões que a Prefeitura de Vitória da Conquista já gastou com a Viação Rosa. E todos os problemas que a contratação dos veículos causa para o município não existiriam se uma empresa fosse contratada por meio de uma licitação, uma vez que o sistema de transporte da cidade deve ser autossuficiente, se mantendo com o rendimento que tem a partir da operação do transporte.
Só no ano passado, a arrecadação da prefeitura com a operação direta do transporte coletivo foi de R$ 10.002.019, 70. Já o valor pago a Viação Rosa em 2019 foi de R$ 13.532.009,24, ou seja, um prejuízo de R$3.509.989, 54. Este ano, a receita foi de R$5.365.674,00, com o último lançamento no dia 24 de abril. Desta vez, a diferença entre o pagamento realizado à Viação Rosa e o dinheiro que entrou para o município através das tarifas de passagens foi de R$ 2. 967. 782,22. Desta maneira, desde julho de 2019 já foram gastos exatamente R$21. 865.465, 46 dos cofres públicos para custear uma empresa que causa inúmeros prejuízos ao município.
