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Professores de Vitória da Conquista aprovam indicativo de greve e anunciam paralisações na rede municipal

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Em Assembleia realizada na manhã desta terça-feira (13), na Câmara Municipal de Vitória da Conquista, os professores da Rede Municipal de Ensino aprovaram, por ampla maioria, o indicativo de greve e anunciaram uma paralisação para  a próxima semana, na quarta-feira (21). A mobilização é organizada pelo Sindicato do Magistério Municipal Público (Simmp), que cobra o cumprimento do piso salarial nacional da categoria, pagamento de retroativos e respeito ao Estatuto do Magistério.

Em entrevista ao Blog do Sena, a presidente do Simmp, Greissy Reis, explicou que a deliberação pela greve reflete o descontentamento crescente dos professores com a condução da educação municipal pela atual gestão. “Terminamos agora a Assembleia, já saímos com deliberação de indicativo de greve e paralisação na próxima quarta-feira. […] Os professores estão indignados com a postura que o governo municipal tem tratado o professor da Rede Municipal de Ensino. Nós estamos lutando por valorização profissional, pelo cumprimento integral do piso na carreira, pagamentos retroativos a janeiro, conforme determina a Lei nº 11.738, e também o cumprimento do nosso Estatuto do Magistério, que tem diversos artigos sendo descumpridos nesse momento pelo atual governo municipal”, afirmou Reis.

Segundo o Simmp, a Prefeitura de Vitória da Conquista ainda não aplicou o reajuste do piso nacional desde janeiro deste ano, contrariando a legislação federal. A presidente do sindicato afirma que não há justificativa para o atraso, já que os repasses do Fundeb aumentaram significativamente.

“Nós temos uma planilha mostrando que os recursos do Fundeb sofreram aumento numa média de mais de 10%. Desde janeiro o governo tem recebido os repasses a maior pelo governo federal. Nós aumentamos a arrecadação, o orçamento do município já está em quase R$ 10 bilhões, e nós não entendemos por que o município se recusa a pagar o que deve ao professor”, criticou.

Além da falta de reajuste e de diálogo em 2025, o Simmp aponta perdas acumuladas ao longo dos últimos anos, desde a gestão do ex-prefeito Herzem Gusmão. A dirigente sindical classificou a situação como “catastrófica” no que diz respeito à valorização profissional. “Se nós formos contabilizar as perdas que nós tivemos desde que o antigo governo Herzem assumiu a prefeitura, são perdas catastróficas. Nós tivemos uma queda livre no quesito valorização profissional aqui no município de Vitória da Conquista. Isso é vergonhoso, isso é vergonha pra Bahia. Prefeita que não valoriza a educação, que não valoriza o professor, é vergonha pra Bahia”, declarou.

Outro ponto de insatisfação é o Projeto de Lei nº 19/2025, encaminhado pela Prefeitura à Câmara Municipal, que trata da política salarial da categoria. O sindicato denuncia que o PL foi apresentado sem diálogo e fere a legislação federal e municipal.

 “O sindicato está aqui apresentando a legalidade quanto ao cumprimento da lei do piso. Inclusive vamos protocolar um documento mostrando todas as fragilidades do Projeto de Lei 19/2025, que é um projeto de lei que fere a legislação, é um projeto de lei contra a legislação. Precisamos saber de que lado estão os vereadores: se estão do lado da justiça, da legalidade, ou se estão do lado de um governo que descumpre legislação federal e municipal”, disse.

A presidente do Simmp também responsabilizou a má gestão da Secretaria Municipal de Educação e da prefeita Sheila Lemos pelo baixo desempenho do município no setor educacional. Apesar de Vitória da Conquista ter avançado no ranking geral do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2025 , especialmente nas áreas de Emprego & Renda e Saúde , o setor da Educação registrou um índice de apenas 0,5880, o que classifica o município como de desenvolvimento baixo na área. Nacionalmente, Conquista ocupa apenas a 4.702ª colocação entre os 5.550 municípios analisados.

 “A culpa é da má gestão. A má gestão da prefeita, a má gestão da Secretaria de Educação. Isso era mais do que previsível com a forma como essa gestão tem conduzido a educação do nosso município. Principalmente pela desvalorização. Quem não valoriza professor, não valoriza educação”, concluiu Greissy Reis.

Uma nova Assembleia está marcada para a próxima sexta-feira (16), também na Câmara Municipal. Caso não haja avanço nas negociações com o governo, a greve poderá ser deflagrada por tempo indeterminado. O sindicato reforça que permanece aberto ao diálogo, mas exige respostas concretas e o cumprimento da legislação vigente. A presidente do Simmp cobrou mais fiscalização e apoio da Câmara de Vereadores.

 “Eu espero que a Câmara se posicione favorável à legislação. O sindicato está aqui apresentando a legalidade quanto ao cumprimento da lei do piso. Inclusive vamos protocolar um documento mostrando todas as fragilidades do Projeto de Lei 19 de 2025, que é um projeto de lei que fere a legislação, é um projeto de lei contra a legislação. Então nós precisamos saber de que lado estão os vereadores: se estão do lado da justiça, da legalidade, ou se estão do lado de um governo que descumpre legislação federal e municipal”, destacou.


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