O principal gargalo do Governo Herzem, desde o início da sua gestão, é a mobilidade urbana de Vitória da Conquista. Desde 2017 diariamente há notícias e polêmicas sobre problemas com o transporte coletivo: Falência de empresas, aumento da tarifa, demissões em massa, transporte clandestino.
Desde o começo de junho, a prefeitura municipal começou a operar diretamente, através de ônibus alugados pela Viação Rosa, as linhas do lote 1 ( deixadas pela Viação Vitória, que declarou falência em 2018). Recentemente, o prefeito Herzem Gusmão (MDB) declarou a operação direta como rentável e comemorou o “sucesso” da medida adotada. No entanto, ainda há muitad críticas contrárias relação ao assunto. Além disso, apenas no último final de semana, três ônibus da Rosa quebraram durante o seus itinerários.
Mais dois ônibus da Viação Rosa quebram em Vitória da Conquista; Confira os vídeos
O Blog do Sena conversou com o vereador Coriolano Moares (PT), que vem acompanhando detalhes sobre a crise do transporte público em Conquista e foi um dos autores da denúncia de irregularidades da Viação Vitória. Durante a entrevista, Cori questionou a prefeitura sobre os valores pagos a Viação Rosa, cobrou auditoria da ATUV ( Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo Urbano) e fiscalizações efetivas do transporte clandestino.
O vereador disparou vários questionamentos à prefeitura a partir da afirmação do prefeito sobre a rentabilidade da operação direta do transporte coletivo: 1)“Se é rentável por que não baixa a tarifa?” – “Se no primeiro mês apresentou que é rentável, no segundo mês também, no terceiro mês um prefeito que respeita a comunidade a qual ele administra tem que baixar a tarifa. Um transporte municipal público tem que pagar suas contas, você faz os investimentos, se perceber que ele é rentável, a primeira pergunta é : por que ele ainda não propôs reduzir a tarifa?”, disse. 2)“Se é rentável por que está pagando o aluguel dos ônibus?”– “Se é rentável é auto sustentável, se é auto sustentável por que tirar dinheiro da prefeitura? São mais de R$ 2 milhões por mês. Com esse valor você pode contratar o emergencial e não vai faltar transporte em lugar nenhum, se colocar o dinheiro ao invés de contratar ônibus. 3)“Se é rentável por que não licita?”– É rentável fazer o inverso. Eu não seria licitar transformaria tudo em situação emergencial e ira administrar para que esses investimentos criasse um fundo para investimentos na mobilidade pública”.
Segundo Cori há “algo estranhos nas contas da prefeitura”. “Acho que está na hora da gente auditar a ATUV. Ele não está passando por uma intervenção da prefeitura, então está na hora da gente propor que tenha uma auditória da intervenção porque há algo de errado aí. Eu não consigo fechar essa conta”, disse. Ele cobrou também a apresentação do relatório da intervenção.
Blitz do faz de conta – O edil comentou também sobre a atuação das vans no município, principal causa da crise do transporte público. Ele considerou as blitzs realizadas pela gestão municipal como “blitz do engodo”. “É a Blitz do faz de conta, do engodo, do não cumprir a exigência legal para a qual foi eleito”, disparou. “O que acontece é que eles fazem blitz para tirar foto e fazer relatório e levar pro Ministério Público, depois solta todo mundo”, completou. “Se as blitzs estão sendo feitas, onde estão ficando as vans apreendidas?”, questionou.
Cori cobrou relatórios sobre as blitz e intervenção da ATUV. “O coordenador e secretário de Mobilidade Urbana, ao invés de mentirem dizendo que está fazendo fiscalização, porque quando tem é só pra fazer selfie, tem que apresentar os relatórios”, frisou.
Confira entrevista completa: