Estacionar no Centro de Vitória da Conquista sempre foi um “deus nos acuda”. Achar vaga de estacionamento disponível nas vias públicas da cidade, a depender do horário, é quase uma missão impossível. Nem mesmo com a Zona Azul o problema foi resolvido definitivamente. Além de precisar de paciência para encontrar uma vaga, o motorista só pode deixar o veículo estacionado pelo período máximo de duas horas, mesmo pagando pelo serviço.
Recentemente, ao criar a faixa exclusiva de ônibus na Avenida Siqueira Campos, a Prefeitura de Vitória da Conquista precisou remover 62 vagas de estacionamento. Após a exclusão, prometeu criar novas vagas em vias adjacentes. Na época, quando a mudança foi anunciada como definitiva, a Prefeitura anunciou que a demarcação dos espaços já estavam sendo realizadas.
No entanto, como o Blog do Sena registrou nesta quarta-feira (27), a marcação das vagas de estacionamentos ainda não foi realizada. Enquanto isso, os motoristas continuam estacionando da forma que conseguem.
Para além dessa situação, chama atenção a quantidade de vagas de estacionamentos em vias públicas destinadas para órgãos públicos. Diariamente, o morador de Vitória da Conquista se depara com placas de estacionamento regulamentado por meio das quais o órgão de trânsito estabelece vagas privativas de estacionamento nas vias públicas.
Na Rua Treze de Maio, por exemplo, placas informam que algumas vagas são exclusivas para o Tribunal de Contas do Município (TCM). A situação se repete na Rua Coronel Guje onde cerca de 5 vagas são exclusivas para a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista. Mesmo o prédio, onde funciona a Câmara, dispor de estacionamento próprio, o órgão ainda possui as vagas em plena via pública.
Assim como os exemplos citados, também podemos incluir o SEBRAE, que também possui vagas exclusivas em vias públicas. A situação desperta o questionamento do porquê dos privilégios para alguns em detrimento de outros. Enquanto servidores e funcionários de determinados órgãos possuem comodidade para estacionar, outros trabalhadores da cidade não possuem os mesmos privilégios.
Diante disso, é importante os órgãos competentes analisar a legalidade desse procedimento, pois se todos somos iguais perante a lei (artigo 5º da Constituição Federal), por que outros não possuem a mesma regalia? A privatização da via pública, em vez de garantir o direito de todos, privilegiaria alguns poucos.
