Em reunião realizada na última quinta-feira, 13, com os prestadores de serviço do transporte escolar rural de Vitória da Conquista, o coordenador da pasta, Juliano Novais, afirmou que a gestão municipal tem mantido constante diálogo com a categoria e que esse diálogo seria intensificado, a partir de então, para discutir as dificuldades enfrentados por esses trabalhadores em decorrência da pandemia da covid-19. A promessa foi de que os pleitos da categoria seriam levados a instâncias superiores para que seus problemas fossem solucionados o mais rápido possível.
Contudo, nem sequer a agenda de reuniões definida durante o encontro foi cumprida pela Prefeitura Municipal. A primeira delas aconteceria já na sexta-feira, 14, mas foi reagendada para esta segunda-feira, 17, às 8 horas, quando as pautas dos prestadores de serviço do transporte escolar foram novamente ignoradas. “Mais uma vez fomos ludibriados pela gestão pública [de Conquista]. E a categoria continua aqui, com as mesmas dificuldades, aguardando posicionamento da Secretaria de Educação, na figura do secretário Esmeraldino Correia, que nem apareceu para nos receber”, afirmou o empresário Fábio Rosa ao Blog do Sena.
De acordo com Rosa, que é representante dos prestadores, o coordenador de Transporte Escolar, Juliano Novais, havia até criado um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação entre a pasta e a categoria. Foi por meio desse canal que todos foram informados sobre a suspensão da reunião marcada para hoje. Logo após isso, os membros do grupo foram removidos e Juliano enviou uma nota afirmando que, a partir daquele momento, ele não teria mais poder de encaminhar os pleitos da categoria para as instâncias superiores, relatou Fábio.
O protesto da categoria previsto para a próxima quarta-feira, 19, será mantido. “Estamos tentando sensibilizar o prefeito para não ter que chegar ao ponto de recorrermos à Justiça. Mas, a gente vai ter que fazer isso”, concluiu. Segundo o advogado Murilo Araújo, alguns órgãos da sociedade civil organizada, como a OAB, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas do Município, já foram acionados e estão cientes dos problemas enfrentados pelos prestadores.
“A gente pede a sensibilidade do Poder Público Municipal, porque são pais de família. Além de não estarem recebendo, eles estão tendo prejuízos financeiros, porque precisam continuar cumprindo obrigações, como a manutenção da frota. Estamos nessa tentativa de diálogo, porque a gente sabe que os embates judiciais acabam prejudicando ambos os lados. Mas o caminho, infelizmente, se não ocorrer o diálogo, terá que ser o judicial”, afirmou Murilo.
Mais de 300 famílias estão passando dificuldades – No último dia 13, o Blog do Sena noticiou as dificuldades que estão sendo enfrentadas pelos prestadores do serviço de transporte escolar. Mais de trezentas famílias que dependem, financeiramente, do trabalho realizado por esses profissionais, em Vitória da Conquista, e estariam, de acordo com a denúncia, passando fome. “Eles têm que entender que nosso problema hoje já é a alimentação e alimentação não espera para amanhã, não espera para semana que vem, é momentânea”, relatou Fábio Rosa.
A categoria precisou paralisar as atividades desde março deste ano, quando as aulas foram suspensas por conta da pandemia do novo coronavírus. Como consequência, os pagamentos foram interrompidos pela Prefeitura e nenhum tipo de esclarecimento ou auxílio foi prestado aos motoristas responsáveis por transportar milhares de estudantes de áreas rurais do município.
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