O presidente do Instituto Cigano do Brasil (ICB), Rogério Ribeiro, chegou a Salvador nesta segunda-feira (9) para conversar com autoridades e atualizar as informações sobre a abordagem da polícia. A denúncia é que os policiais tenham participado da morte de oito ciganos em Vitória da Conquista. Nesta sexta-feira (13), faz um mês desde que a situação aconteceu em José Gonçalves, distrito da cidade.
“Nós fizemos um relatório que foi repassado para vários órgãos de segurança pública. Estamos pedindo que seja apurado essas mortes de ciganos, uma vez que a polícia usa muito a palavra ‘confronto'”, conta Ribeiro. Segundo ele, a reunião é feita para que o caso não caia no esquecimento e para mediar o recebimento dos foragidos. “Estamos conversando para nós do instituto fazermos a mediação. Tem Charles, de 18 anos, foragido, e o irmão Diogo”.
O ICB emitiu uma nota pedindo intervenção do poder público, em Vitória da Conquista, após a morte de dois policiais no dia 13 do último mês. Os militares foram assassinados enquanto trabalhavam, e a comunidade sofreu represálias desde então.
“Foram tirados até alguns ciganos da cidade porque nossa preocupação era um genocídio cigano em Conquista. Foi criado um rastro de sangue, entrando em casa de ciganos e até fazendo tortura”, conta Ribeiro sobre as buscas pelos suspeitos.
Os oito ciganos mortos são todos irmãos. A mãe chegou a enviar um áudio para Charles pedindo que se entregasse, para não ser morto. “Eles saíram no desespero, na minha opinião, muitos nem se envolveram com o crime, mas foram com medo de ser mortos. Mas isso quem vai afirmar é a perícia”, diz.
