O ministro da Economia, Paulo Guedes, atrelou a volta do auxílio emergencial, concedido à população mais vulnerável no decorrer de 2020, ao fim do que chamou de “aumento automático” para as áreas de Educação e Segurança, além dos salários dos servidores públicos. A afirmação foi feita na manhã desta terça-feira (26), ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), conforme informações do jornal O Globo.
“Não pode ficar gritando guerra toda hora. Nós temos que ter muito cuidado. Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensa bastante. Porque se fizer isso não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque a prioridade passou a ser absoluta [para o auxílio]”, disse Guedes, durante evento virtual com investidores internacionais.
No mesmo evento, Bolsonaro também defendeu a manutenção do teto de gastos e voltou a indicar que não prorrogará o auxílio emergencial. Na véspera, o presidente disse que o benefício não era “duradouro”, nem “vitalício” e que não deveria ser visto como aposentadoria.
Em 2020, para fazer frente aos gastos com a pandemia, o Congresso aprovou o Estado de Calamidade Pública e o Orçamento de Guerra, que permitiram conceder o auxílio emergencial de R$ 600 e depois prorrogá-lo por R$ 300. Essas medidas se encerraram em dezembro.
“Pega os episódios de guerra aí e vê se teve aumento de salário durante a guerra, vê se teve dinheiro para saúde, educação. Não tem. Aqui é a mesma coisa. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo”, comparou Guedes.
Essa não é a primeira vez que o ministro ou integrantes de sua equipe sugerem cortar gastos para ampliar o gasto com programas sociais. No ano passado, durante as negociações para a criação do chamado Renda Brasil, o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, concedeu entrevistas nas quais defendeu congelar aposentadorias para criar o benefício sem desrespeitar regras fiscais.
Bahia Notícias