Desde que nasceu, no dia 27 de janeiro, Estevão Amaral aguarda ser transferido para uma unidade especializada para tratar uma malformação no cérebro. Estevão está internado na emergência do Hospital Esaú Matos, em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano.

A malformação, chamada de holoprosencefalia, foi descoberta ainda na gestação.

O menino precisa continuar o tratamento em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o mais próximo fica no Hospital Geral de Vitória da Conquista. Mas já se passaram mais de 15 dias desde o nascimento de Estevão e a regulação ainda não foi concluída.

O nome do bebê está na lista da Central de Regulação, mas os pais dele ainda não tiveram nenhum retorno sobre o processo. Em entrevista ao portal G1, o pai de Estevão conta que há um líquido acumulando no crânio do bebê. “Nos últimos três dias, aumentou dois centímetros, muita coisa pelo fato de ser um recém-nascido”, disse.

A Central de Regulação do Estado afirmou, em nota, que busca um leito que atenda o perfil do paciente, mas ainda não o encontrou.

Dona Maria de Lourdes é moradora da cidade de Caetité, mas faz tratamento oncológico há 1 ano em Vitória da Conquista. A dona de casa é paciente da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), localizada no bairro Boa Vista. 

A rua onde está localizada a UNACON não possui asfalto e está trazendo transtornos para pacientes. Quando termina o atendimento, dona Maria precisa aguardar na calçada  o veículo que a leva para casa.  É nesse momento que a senhora enfrenta os problemas que falta de pavimentação na rua vem causando.“Tem muita poeira, vento e  rua não é calçada e está precisando de calçar, né?”, disse a dona de casa.

A entrevista foi divulgada no Uesb Notícias, da TV Uesb, nessa sexta-feira (11). A reportagem mostrou os problemas enfrentados pelos pacientes oncológicos e moradores devido a falta de asfaltamento na localidade. 

Outra paciente, Ana de Fátima, que é agricultora, também participou da reportagem Segundo ela, a situação também fica difícil nos dias de chuva. “Quando tá seco é poeira e quando chove fica a lama””, disse a agricultora. 

Próximo a UNACON, fica a Casa do Amor, que abriga pacientes em tratamento de câncer. A casa fica na Rua Na Rua Vaz Ferreira e também está na mesma situação. Em época de sol, muita poeira, mas quando chove a lama toma conta da rua. 

A reportagem do jornalista Gabriel Pires pode ser conferida na íntegra no vídeo a seguir:

Buracos, mato alto, pedras, terra e muita sujeira. Quem olha para o local nem acredita que se trata de uma via. A Rua Nosso Lar, no bairro Bela Vista, em Vitória da Conquista. 

Popularmente conhecida como Calango Nu”, a via é uma ladeira e dá acesso a uma das avenidas mais importantes da cidade, a Juraci Magalhães. No local é impossível o tráfego de carros e motocicletas. Como o Blog do Sena flagrou nessa sexta-feira (11), um motociclista desistiu de passar pela rua quando verificou a situação.  Além disso, o local tem muito mato e lixo. Até um sofá velho foi jogado na rua. 

O que chama atenção é que o bairro Bela Vista é asfaltado e apenas essa via não possui asfalto. Toda rua foi tomada pelos buracos que são profundos e extensos. Até para um pedestre passar pelo local é difícil.  Os buracos são profundos e estão causando transtornos para os moradores. Por causa dessa situação, a rua está intransitável.

O problema na localidade é antigo e se intensificou em dezembro do ano passado devido às fortes chuvas que atingiram a cidade. De acordo com a Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria de Infraestrutura, vem realizando a Operação Tapa-Buraco por toda a cidade. Desde 22 de dezembro, o órgão está trabalhando para reparar os estragos das fortes chuvas e o serviço segue sendo realizado diariamente.

Ainda segundo a Prefeitura, este mês, a Operação Tapa-Buracos atendeu 26 ruas e diversas avenidas em oito bairros. No entanto, a rua, no bairro Bela Vista ainda não está na lista de ruas e avenidas que receberão a Operação Tapa-Buraco.

Os funcionários da empresa de transporte Itapemirim estão com as atividades paralisadas desde quinta-feira (10),  para cobrar o pagamento de salários e tíquetes alimentação, entre outros proventos,  que estão atrasados. Por causa do movimento, os passageiros que estavam em viagem tiveram que descer dos ônibus no meio do trajeto, em cidades na Bahia.

Os clientes da Itapemirim informaram que a companhia não prestou qualquer tipo de apoio ou informação sobre a situação. A reportagem procurou a empresa, na rodoviária da cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, mas não encontrou ninguém no local. Também procurou a Itapemirim por telefone, mas a empresa não atendeu as ligações.

De acordo com o SINTRAVC  – Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista, há mais de 05 meses que a empresa está inadimplente com vários pagamentos dos motoristas. Na manhã desta sexta-feira (11) a paralisação chegou a ser interrompida por conta da promessa da direção de saldar os débitos até o meio dia, mas como isso não ocorrreu, agora os trabalhadores, com o apoio da entidade sindical, resolveram paralisar as atividades até que a empresa honre com seus compromissos.

O Presidente do SINTRAVC, Álvaro Souzza,  tem acompanhado o caso de perto. Em contato com nossa reportagem, por volta das 19h, Álvaro confirmou que a Itapemirim continua sem pagar o que deve aos trabalhadores e se solidarizou com os passageiros, que também estão sendo prejudicados por conta da inadiplência da empresa. “Os passageiros estão aqui revoltados, inclusive pais que tem crianças com cirurgia marcada em São Paulo, outros com entrevista de emprego marcada, estão muito revoltados, inclusive querendo fazer manifestação na pista”, relatou o presidente do SINTRAVC.

A empresa não se manifestou ainda sobre o problema.

No final da tarde desta sexta-feira (11) uma operação conjunta da Polícia Militar e do Simtrans foi realizada no centro da cidade, com o objetivo de coibir a prática do transporte clandestino de passageiros por motocicleta. Durante a blitz, duas motos foram removidas para o pátio do Detran e 18 condutores foram autuados.

O serviço de mototáxi não é autorizado no município e, segundo o coordenador de Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana, Major Aroldo Horta, a ação deverá se repetir nos próximos dias. A fiscalização verifica, além da prática irregular de transporte de passageiros por motos, outras irregularidades na condução desses veículos.

Na terça-feira (8), a Prefeitura de Vitória da Conquista divulgou nota informando que o serviço de mototáxi, mesmo por aplicativo, não é permitido na cidade. De acordo com a Semob, está em estudo a regulamentação do serviço de motofrete, contudo, o transporte remunerado de passageiros em motocicletas continuará proibido.

Providências jurídicas serão adotadas pela Procuradoria-Geral do Município e o Simtrans agirá no sentido de valer a proibição. Quem for pego atuando com esse tipo de transporte poderá ser punido com multa e outras penalidades previstas na lei.

A Polícia Civil, através da equipe da DELEGACIA DE HOMICÍDIO – VITÓRIA DA CONQUISTA/DHPP , nesta tarde em diligências pelas investigações de crimes de homicídios praticados por facções criminosas nos Bairros Lagoa Azul , Brasil , Ipanema, Santa Cruz receberam denúncias de suposto trafico de drogas ocorrendo na avenida Bartolomeu de Gusmão, Bairro Ipanema, sendo surpreendido em flagrante delito indivíduo embalando drogas para ser entregue ao gerente do tráfico do Santa Cruz e do Bairro Brasil, sendo apreeendido aproximadamente meio kilo de maconha, balança de precisão, embalagens plasticas , tratando- se de menor infrator que foi conduzido ao Plantão Central, acompanhado de responsável legal.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nesta sexta-feira (11), foram confirmados 280 casos de pessoas com a Covid-19. Ao todo, são 43.382, sendo que 41.747 estão recuperados e 973 estão em recuperação.

Hoje, foram registrados três óbitos em decorrência da Covid-19, todos ocorridos ontem, totalizando 662.  o primeiro óbito é de uma mulher de 84 anos, moradora do Iguá, sem comorbidades relatadas. A paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 7 de fevereiro, onde evoluiu a óbito no dia 10 de fevereiro. o segundo óbito e de uma mulher de 46 anos, moradora do bairro Primavera, com hipertensão e obesidade. Ela deu entrada no Hospital Geral de Vitória da Conquista no dia 23 de janeiro e evoluiu a óbito no dia 10 de fevereiro. O terceiro óbito é de uma mulher de 71 anos, moradora do bairro Santa Cruz, com hipertensão e doença renal. Ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 1º de fevereiro, onde evoluiu a óbito também no dia 10 de fevereiro.

Ocupação de leitos – 55 pacientes estão internados em parte dos 77 leitos, sendo 38 de enfermarias e 39 de unidade de terapia intensiva. Os pacientes são moradores de Vitória da Conquista e dos seguintes municípios: Anagé, Aracatu, Barra da Estiva, Brumado, Caetanos, Camacã, Condeúba, Encruzilhada, Guanambi, Ibipitanga, Itapetinga, Itororó, Livramento de Nossa Senhora, Macaúbas, Malhada de Pedras, Mirante, Piripá, Presidente Jânio Quadros, Tanhaçu e Tanque Novo.

Quando a política interfere indevidamente na economia ou vice-versa, todos perdem. O parlamento, as empresas, as instituições, a sociedade. Se houver má-fé, então, sem medir impactos sociais, econômicos ou regulatórios, o efeito é catastrófico. A harmonia é o ideal nos negócios. O ganha-ganha deve ser o fim de tudo. Pena que nem sempre seja possível. Um estudo técnico da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), que não revela motivações e nem responsáveis, mas aponta achados e conclusões, ilustra bem o fenômeno, com exemplos recentes, reais e, seguramente, evitáveis se a máquina do bom senso estivesse ligada. Um arrastão, iniciado na primeira metade da última década, varreu essa lógica e transformou os estados brasileiros em pedrinhas de dominó, tombando uma sobre as outras. A Bahia entre elas.

Nunca é demais lembrar que desenvolver infraestrutura é um trabalho que requer mais que recursos financeiros apenas. Há dois mil anos, o Império Romano já sabia da importância dela para o desenvolvimento econômico. Até virou máxima: todos os caminhos levam a Roma. É preciso pensar o local que receberá as melhorias de forma ampla, entendendo o ecossistema local para garantir equilíbrio dentro do emaranhado de especificidades de cada região. No caso da Bahia, é preciso entender como os diversos modais – aeroportos, ferrovias, portos e rodovias – se relacionam. A interdependência deles é fundamental para que o escoamento de insumos, produtos e bens de consumo seja bem-feito. E, para que essa logística realmente funcione, é necessário que se pense mais a frente, bem além da Bahia. Deve-se considerar litoral, interior, Nordeste, demais regiões, outros estados, Brasil e países.

A preocupação não é unilateral. Estamos falando de um ambiente que sofreu profundas mudanças na última década. As atividades industriais, que representavam um terço do PIB baiano, representam agora um quinto. Em 2010, a participação da indústria no PIB era de 27,1%. Dez anos depois, o percentual caiu para 21,8%. Nesse período, a Bahia caiu no ranking nacional do PIB, passando da 6ª para a 7ª posição. E viu a taxa de desemprego passar de 11% para 19,8%. Fechou 2021 com o maior índice de desempregados no país. Em dez anos, a economia encolheu. A mudança na política de preços da Petrobras, em 2016, foi um duro golpe na produção petroquímica, afetando o Polo de Camaçari. A Braskem reduziu as atividades. A Fafen também. E a Ford fechou, acentuando o estrago, com perdas estimadas em R$ 5 bilhões à economia local, incluindo o fim das fábricas que forneciam peças e componentes aos veículos. Toda cadeia de serviços de transporte e alimentação, entre outros, se desestruturaram.

Para além dos efeitos na geração de riqueza, renda e empregos, os efeitos do encolhimento da indústria impactam diretamente o setor de logística no estado. Houve, por exemplo, a diminuição de tráfego de caminhões-cegonha até o Porto de Aratu. Mais de 2,5 mil cegonheiros em atividade no estado deixaram de fazer a rota de exportação todos os meses. Trata-se de uma variação negativa de 79% na exportação de veículos, entre janeiro e setembro de 2021. E mesmo quando se considera a exportação total – produção agropecuária, petroquímica e minérios -, os portos da Bahia retomaram, em setembro de 2021, os patamares que haviam atingido em outubro de 2012, de US$ 946 milhões. É o melhor resultado em dois anos e meio. Em dezembro de 2018, os portos da Bahia movimentaram US$ 989 milhões. Valor jamais superado nos 32 meses seguintes. Isto é uma relação direta à falta de melhorias da infraestrutura instalada no estado. O algodão produzido na Bahia escoa pelo Porto de Santos.

Enquanto a indústria cura suas feridas, a infraestrutura vive seu momento de agonia. O Ranking de Competitividade dos Estados 2021, do Centro de Liderança Pública, mostra que, se considerada apenas essa variável, a Bahia ocupa o 19º lugar, mesmo tendo a 4ª maior população do país. A expectativa é que os recentes leilões de terminais nos Portos de Salvador e Aratu melhorem o cenário. Há, porém, sério risco de que o ganho fique limitado, se não houver mudança na condição das rodovias que interligam as regiões produtoras aos portos.

Os obstáculos aos investimentos nas BRs 242, 116 e 324 precisam ser retirados. Com orçamentos apertados, a solução à retomada da saúde do setor produtivo e da população em geral passa pela infraestrutura. Sem pavimentar os caminhos para o ajuste e a qualificação em infraestrutura e logística, a Bahia está condenada à crônica deterioração do ambiente industrial e de sua capacidade de atrair novas empresas. Não dá mais para esperar pelos investimentos na infraestrutura logística do estado. Um novo leilão daqui a 3 ou 4 anos é retirada de obstáculo, mas o ponto é outro: a urgente necessidade de retomada dos investimentos e não esperar 3 ou 4 anos. O Império Romano jamais abandonou suas estradas. Eles eram sensíveis à causa, não perdiam tempo com burocracia e sabiam que sem elas não iriam a lugar nenhum. Lideraram o mundo por um milênio.

Cláudio Pimentel é jornalista

Tribuna da Bahia – 11.02.2022