No último sábado(11), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues(PT), esteve pela primeira vez ao sudoeste baiano, após o início do mandato. Ele e sua comitiva prestigiaram a Expo Belo Campo. Na oportunidade, o governador conversou com a imprensa e falou sobre temas da política de Vitória da Conquista e região. Questionado sobre a relação com a Prefeita Sheila Lemos (União Brasil), Jerônimo garante que estará aberto para conversar sobre agenda de trabalho no município. 

Sheila Lemos, atual prefeita de Vitória da Conquista, apoiou nas últimas eleições o candidato a governador ACM Neto (União Brasil) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seguindo o exemplo do presidente Lula (PT), que recentemente se reuniu com todos os governadores, independente de partido político, Jerônimo afirma que o “palanque foi desarmado”: 

“É claro que temos lado. Sabemos quem caminhou com a gente e quem trabalhou para que não fôssemos eleitos, mas a população não pode pagar essa conta”. 

O governador da Bahia frisa que para agenda de trabalho e obras em Vitória da Conquista, ele irá dialogar com Sheila. “Dialogarei sim, quando for preciso. Não só com ela, mas com todos os prefeitos e prefeitas que me chamarem para agenda de trabalho”, disse. 

No entanto, Jerônimo frisa que para as eleições municipais em 2024, trabalhará para eleger sua base política. “Vou sentar para conversar, dialogar e respeitar a posição de todos que votaram contra. Mas temos lado e vamos trabalhar para eleger o nosso projeto”, destacou.  

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Levantamento feito pelo UOL, divulgado nesta segunda-feira(13), revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o cartão corporativo da presidência para custear diversas despesas eleitorais. Vitória da Conquista está entre os locais onde esses gastos aconteceram. Apenas durante a motociata realizada no município na campanha eleitoral, Bolsonaro gastou cerca de R$ 100 mil. O Blog do Sena, relembra que esta não foi a única visita em Conquista que gerou gastos exorbitantes. Em 2019, para a inauguração do Aeroporto Glauber Rocha; e em 2021, quando passou pela cidade para seguir para Tanhaçu, os gastos no cartão corporativo também se aproximaram de R$ 100 mil.

A motociata de Bolsonaro em Vitória da Conquista aconteceu no dia 27 de agosto de 2022. Esta foi sua primeira agenda de campanha na Bahia. Na comitiva estava João Roma (PL), que era candidato ao governo baiano; Raissa Soares, então candidata ao Senado;  e o empresário Luciano Hang. De acordo com os dados do UOL, apenas neste dia, o cartão corporativo da presidência gastou R$ 50 mil só em lanches —foram 1.024 lanches frios de uma padaria e 512 barras de cereal, entre outros itens. Cerca de 50 pessoas se hospedaram por três dias em Vitória da Conquista para garantir a segurança presidencial, acrescentando R $44,7 mil à fatura do cartão corporativo.

Advogados explicam que o uso de bens e serviços da administração para fins eleitorais é vedado a agente público. Para eles, os gastos de Bolsonaro com o cartão corporativo em atividades de campanha o colocaram em vantagem em relação aos demais concorrentes, o que representa abuso de poder político e pode gerar tanto cassação de registro e de mandato, caso fosse eleito, como decretação de inelegibilidade.

Mais gastos exorbitantes em Vitória da Conquista – Apesar das outras duas visitas de Bolsonaro não terem acontecido em período eleitoral, fato que permitiria o uso do cartão corporativo, os valores gastos durante sua passagem no município são alarmantes também. Em julho de 2019, Bolsonaro esteve em Conquista para a inauguração do Aeroporto Glauber Rocha. Neste dia, o ex-presidente gastou mais de R$ 15 mil com um hotel da cidade. Na mesma ocasião, mais de 8 mil reais foram gastos em uma padaria da cidade, e quase 13 mil reais em uma churrascaria.

Já em setembro de 2021, o ex-presidente desceu em Vitória da Conquista para seguir para Tanhaçu, cidade do sudoeste onde acontece a cerimônia de entrega da concessão do trecho de 537 km da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). Somente na passagem, Bolsonaro pagou mais de 71 mil reais em despesas no cartão corporativo. Em um hotel, os gastos se aproximam de R$ 30 mil. Em outro hotel, na mesma ocasião, as despesas ultrapassam 17 mil. Mais de R$ 15 mil foram pagos para uma empresa de “assado”, que se juntam aos gastos com alimentação. Dentre os gastos do ex-chefe de Estado no município estão o aluguel de estrutura para eventos e transporte aéreo.