Os bares e botecos da cidades estão muito movimentados e não é exatamente por causa do fim de semana. O motivo são as apostas entre apoiadores e militantes políticos em candidatos a vereadores de Vitória da Conquista.

Nesta sexta-feira (04), os estabelecimentos da cidade conhecidos por realizar as apostas políticas estão ainda mais movimentados.

Este ano o clima das apostas está fervilhando ainda mais, uma vez que a cidade vai eleger mais dois vereadores, saltando de 21 para 23 edis na Câmara. Com as possibilidades ampliadas, os apostadores políticos estão ainda mais em polvorosos.

A agitação da antevéspera da eleição só não pode ser comparada à animação e à festa que deve ser feita pelos vencedores das apostas.

O primeiro turno das eleições para prefeito e vereadores acontece neste domingo (06). Com isso, esta sexta-feira (04) é a data-limite para várias ações que podem ser realizadas pelos candidatos.

A partir de hoje não podem mais ser realizados debates políticos, comícios e aparelhagem de som fixa. Esta sexta-feira é também a data-limite para a circulação paga ou impulsionada de propaganda eleitoral na internet, cabendo ao provedor de aplicação que comercializa o impulsionamento interromper a veiculação da propaganda, mesmo se a contratação tiver sido realizada antes dessa data. Hoje também é o último dia para a divulgação na imprensa escrita de propaganda eleitoral.

Já os juízos eleitorais têm até hoje para publicar o edital de convocação de representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil, bem como de fiscais, delegadas e delegados de partidos políticos, federações e coligações, para acompanharem a emissão da zerésima do Sistema de Gerenciamento da Totalização relativa ao 1º turno.

A partir desta sexta, a força armada não poderá se aproximar do lugar da votação ou nele entrar sem ordem judicial ou do presidente da mesa receptora, exceto nos estabelecimentos penais e nas unidade de internação de adolescentes, respeitado o sigilo do voto, devendo se conservar a 100 m da seção eleitoral.

As discussões acaloradas entre a prefeita Sheila Lemos (UB) e a candidata Lúcia Rocha (MDB) ofuscaram os últimos blocos do debate entre os candidatos a prefeito de Vitória da Conquista.

Aa discussões sobre drenagem e períodos chuvosos até começaram, e o candidato Marcos Adriano (Avante) chegou a propor uma solução para os alagamentos na Praça Vitor Brito, mas foi o bate-boca entre as duas candidatas que deu o tom do final do debate. Ao ser questionada por Sheila, Lúcia aproveitou para responder, deixando clara sua insatisfação sobre a alegação da gestora de que ela tinha a “política como profissão”.

”Eu 32 anos de vida pública, de trabalho prestado aqui em Vitoria da Conquista. Dizer que fui colega de sua mãe na Câmara, que você me respeite, que eu tenho a idade de ser sua mãe, eu não sou, eu não tenho profissão na Câmara, não, para isso eu tenho um comércio, eu tenho minha filha lá, representando debaixo de sol e chuva, trabalhando pra nos sustentar. Eu estou na política por amor, não é igual a senhora não, que vem por conveniência, porque caiu no seu colo um paraquedas”, disparou.

A prefeita replicou dizendo sim respeitar a idade da adversária. “Eu não vou estar agredindo de forma alguma. Agora, a senhora não conseguiu responder se quer uma questão de pessoa rural que a senhora diz que conhece tanto”, disse.

Entre Marcos Adriano e Waldenor Pereira o clima também não foi dos mais amenos. Questionado sobre a violência urbana, Waldenor citou investimentos feitos para a Cultura de Vitória da Conquista. A reposta foi classificada como insatisfatória pelo Adriano.

“O senhor é deputado nesse período que a violência está crescente, e violência é caso do governo do Estado. O senhor, o que o senhor já fez efetivamente para poder ajudar a combater a violência de conquista? […] o senhor se evadiu de uma pergunta minha. É o seguinte, tem como ter cultura se a gente tem uma cidade violenta. O senhor mesmo disse no início que a gente está nas páginas policiais”, questionou.

Waldenor citou emendas destinadas à instituições de segurança. “Eu também sou o deputado federal que mais investiu recursos para a segurança pública em Vitória da Conquista. Todos os anos, regularmente, investi uma emenda para a Polícia Militar, para a Polícia Rodoviária Federal, para a Polícia Federal, para a Polícia Civil, para o IML, para o Corpo de Bombeiros, para a Case, todas essas instituições, todos os anos, recebem regularmente milhões de reais de recursos destinados através de emendas do nosso mandato. Nós temos compromissos com a segurança pública e com a cultura de Vitória da Conquista”, rebateu.

O debate entre prefeituráveis de Vitória da Conquista foi  do início “apimentado”. As contratações de empresas e de máquinas foi um dos assuntos mais pautados no 3º e 4º blocos do debate entre os candidatos a prefeito de Vitória da Conquista.

O candidato Marcos Adriano (Avante) citou valores e criticou duramente a atual gestão. “A senhora já gastou milhões de reais com colocação de máquinas. É dessa forma que a senhora está jogando o dinheiro de Vitória da Conquista no ralo?”, questionou.

Marcos questionou ainda sobre os processos que constam no Tribunal de Contas contra a prefeita. A prefeita Sheila Lemos (UB) reagiu questionando o candidato sobre um processo constante contra ele sobre contas na Prefeitura do município de Pindaí e alegando que os processos contra ela são frutos de tentativas de seus  adversários de atingi-lá. “São denúncias vazias de adversários e apaniguados de vocês que foram lá fazer essas denúncias no período eleitoral”, alegou.

O candidato do Avante disse que a prefeita não responde aos questionamentos e ainda tenta atacar a honra dos demais candidatos. “Eu tô falando dos 44 processos, ela não responde. Eu tô falando do gasto exacerbado e do desvio de 32 milhões, ou seja, o superfaturamento nos contratos, ela também não responde. Se você pergunta de propostas, ela também não responde. Não tem nada de propostas e tem superfaturamento, eu quero repetir, de 32 milhões, 170 mil e 800 reais nos contratos de locação de máquinas. A candidata, ela simplesmente, ela fica em silêncio, ela simplesmente, ela quer vir e atacar a honra de pessoas honestas. Mas Vitória da Conquista sabe, Vitória da Conquista sabe o que tá faltando na saúde, Vitória da Conquista sabe quantas escolas estão sem reformar, os professores sabem que não estão recebendo seu piso, os servidores sabem como seus salários estão achatados”, disparou.

O questionamento acerca do aumento do IPTU pela emedebista Lúcia Rocha terminou com um troca de farpas entre elas e atual prefeita. “Seu José estava chorando muito com o IPTU. Ele pagava 100 reais e estava lá custando 980 reais. Ele disse para mim, ‘vereadora, pelo amor de Deus, me ajude. Eu tive uma avaliação do meu imóvel com o drone, Dona Lúcia. Ele avaliou errado, computou…’ Ele cria carneiros no fundo da casa dele e tinha uma cobertura de telha Eternit. O drone avaliou a casa dos carneiros como a residência dele”, relatou.

Sheila afirmou que, apesar de estar na política há mais de 30 anos, a Lúcia, que também é vereadora, não tinha conhecimento acerca dos trâmites necessários para promover de fato um aumento no IPTU. “A senhora tem a política como profissão e sequer sabe que não se faz aumento de IPTU por decreto somente com projetos de lei. Imagine só gente, trinta e dois anos na Câmara de Vereadores e não sabe qual é a função de um projeto de lei, de um decreto, o que faz uma coisa ou o que faz outra”, disse a prefeita que posteriormente comemorou o fato de Lúcia deixar de ser vereadora ao final do ano.