O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) referente à prova realizada no ano passado, e a educação municipal de Vitória da Conquista continua abaixo da meta. Como os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 já haviam sinalizado (leia aqui), o principal problema verifica-se nos últimos anos (ou séries) do ensino básico (as provas são feitas com alunos do 5º e do 9º anos, ou 4ª e 8ª séries). O IDEB dos anos iniciais da rede municipal de ensino teve uma melhora de 14,63% em relação ao índice de 2015. O resultado de 4.7 é o maior da história e está apenas 0,2 ponto abaixo da meta. Na avaliação anterior o índice foi 4.1. Já para o 9º ano ficou bem abaixo da meta de 4.1, estagnando em 3.6, o mesmo índice de 2015.
Comparando com a educação ofertada pela rede estadual (na Bahia, como um todo) a educação municipal de Vitória da Conquista está abaixo do índice no 5º ano, mas fica à frente no 9º ano: Conquista – 4.7 x Bahia – 4.9; Conquista – 3.6 x Bahia: 3.2. Se considerado o IDEB estadual incluindo todas as redes (estadual, municipais e privada), Vitória da Conquista fica um pouco atrás: Conquista – 4.7 x Bahia – 5.1; Conquista – 3.6 x Bahia – 3.7. O ensino privado na Bahia fica muito à frente do IDEB das redes públicas, mas a prova Brasil, que avalia o índice, não foi aplicada para as escolas particulares de Vitória da Conquista.
O IDEB divulgado nesta segunda-feira traz resultados da Prova Brasil feita entre os dias 23 de outubro e 3 de novembro do ano passado, portanto, em tese, traduzem em parte a política educacional do atual governo e em parte a do governo anterior, já que é confiável afirmar que não houvera, naquele período, ainda, se consolidado as mudanças anunciadas pelo prefeito Herzem Gusmão para o sistema de educação do município
HISTÓRICO
O histórico do IDEB de Vitória da Conquista mostra que o município já atingiu a meta do MEC duas vezes para o 9º ano e uma vez para o 5º ano. Em 2007 o índice foi ultrapassado nas duas séries, sendo 3.8 para o 5º ano, quando a meta era 3.2, e 3.4 para o 9º ano, ante uma meta de 2.4. Na prova seguinte, realizada em 2009, o IDEB da rede municipal caiu drasticamente, indo a 2.8, no 5º ano, e 2,5 no 9º ano. Em 2011, para o 9º ano o índice não apenas cresceu para 3.2 como passou da meta (3.0). Infelizmente, nas três provas seguintes os resultados não foram bons. 2013 repetiu 2011 e nos dois últimos anos ficaram, sem chegar à meta.
O QUE É IDEB
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações.
Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) – para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil – para os municípios.
O Ideb agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do Inep a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O índice varia de zero a 10 e a combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar as duas dimensões: se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb ou Prova Brasil, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema.
O Ideb também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica, que tem estabelecido, como meta, que em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 – média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos.
Blog do Giorlando Lima