Em 2017, o vereador Prof. Cori (PT) apresentou um diagnóstico do transporte público de Vitória da Conquista que já indicava a necessidade de medidas urgentes da prefeitura municipal. No entanto, como pontuou o próprio Cori em entrevista ao Blog do Sena, o Governo “fez escolhas erradas e optou pelo caminho inverso liberando o transporte alternativo”. Durante entrevista ao Blog, Cori também criticou o silêncio sobre a Viação Vitória, que declarou falência em 2018, e a Viação Rosa, que é operada diretamente pela administração municipal.
Cori reforçou que a liberação indiscriminada da atuação das vans é a principal causa da crise no transporte público. “Foi uma promiscuidade a liberação de forma irresponsável do transporte irregular. Isso matou as empresas que fazia o transporte regular, matou o trabalhador que tinha o direito a carteira assinada, recolhimento de FTGS e INSS”, pontuou. “(…)o governo fez o o caminho inverso, optou pelo transporte irregular. Teve uma manifestação dos vanzeiros não aceitando, naquele primeiro momento, o edital que regulamentava 80 vans; depois o próprio prefeito foi para a rádio liberar verbalmente 100,150, 400 vans. Isso quebrou o recolhimento do ISS, despencou“, completou.
Procrastinação do Governo Herzem
O edil criticou a demora do Governo Municipal nas decisões sobre o transporte público. “Cadê a licitação? Teve coordenador viajando o Brasil todo dizendo que estava estudando alternativas. Foi feito o contrato com aquele pesquisador, mais de R$30 mil foram pagos, e até agora nada“, disse. “Mas a pergunta é quando saiu a Vitória, por que não foi feito a licitação até hoje? Eram seis meses, mudaram. Então é um Governo que vem procrastinando em tomar decisões sobre o transporte público. Há algo muito estranho tem e que precisa ser apurado“, indagou.
Segundo Cori, mesmo que a prefeitura abra a licitação será difícil encontrar empresa para concorrer. “Não será fácil para o atual Governo fazer a licitação em um sistema falido. (…)Qual a empresa séria que vai querer vir participar de licitação, vai ser deserta. Enquanto o Governo não organizar essa questão do transportes irregulares, definir qual é a pauta para fazer o edita e dar garantia contratual de passageiro, quem vai querer brincar aqui, colocar R$ 1 milhão do seu bolso para bancar a ventura de Governo que quer bancar sistema irregular?“, disparou.
Silêncio do Governo
Cori questionou também os enormes gastos da prefeitura para operar diretamente o lote 1, através do aluguel dos veículos da Rosa, e o silêncio em relação a saída da Viação Vitória, que ainda deve direitos trabalhistas aos ex-funcionários. “Como você permite isso? Até agora eu tenho me perguntado, você tirar do que deveria ser investido na saúde, na educação, na infraestrutura para botar em sistema da Rosa, que deveria ser auto sustentável.(…)E mais, a Rosa tem que contribuir com o município com o ISS”, comentou. “Agora você fazer compensação de desiquilíbrio financeiro para a Rosa e não fazer para a Cidade Verde. E a Cidade Verde é que não presta?“, criticou.
O vereador completou indagando o que seria de fato fraude. “Outro dia vi alguém dizendo sobre a Cidade Verde, dizendo que a empresa fraudou não sei o quê. Isso é uma concepção técnica, ok. Aguarda judicialmente ser julgado. Mas qual foi o prejuízo que essa empresa causou ao transporte público? Essa empresa é a fraudulenta. Agora quem recebe do erário público todo mês, isso não é fraude não? Quem saiu aqui sem pagar o FTGS dos funcionários? Ninguém fala disso. (…)Isso não foi fraude à Conquista não? Cadê a ação popular nessa direção? Cadê os que alvora em falar da empresa A e B? Ninguém fala. Está todo mundo calado. Por quê? Porque algo muito sério tem”.