Durante a pandemia a educação tem sido uma das áreas que passa por maior dificuldade, e com consequências ainda maiores nas periferias e zonas rurais. Muitos alunos não tem acesso a material suficiente ou internet de qualidade para acompanhar as atividades da rede municipal, e os que são da rede estadual estão com as aulas suspensas.
Na comunidade do Assentamento Dandara (Vitória da Conquista-BA), que tem aproximadamente 20 famílias, os pais perceberam que havia um desanimo muito grande entre seus filhos e resolveram buscar soluções coletivas para esse problema comum.
Foi feito uma campanha de arrecadação de materiais e os próprios moradores vão auxiliar os estudantes no desenvolvimento de atividades educativas.
Essas ações irão acontecer na sede da associação do assentamento, com número reduzido de crianças e adolescentes a cada turno – sempre com máscaras e álcool gel.
Tatiana Gois, que foi uma das idealizadoras da ação, disse que está muito feliz com o início das atividades, pois nesse período os jovens tem ficado bastante ociosos.
Para auxiliar no planejamento pedagógico participaram os professores Claudemiro Gomes (historiador), Gilvanda Oliveira (professora da rede estadual com experiência em projetos de alfabetização) e Alexandre Xandó (professor de Direitos Humanos). Xandó foi um dos advogados que defendeu a comunidade em ações de despejo, quando ainda era uma ocupação, e que veio a se tornar um assentamento no ano de 2015. Para ele, essa iniciativa só reforça a importância dos movimentos sociais e das associações comunitárias, que mesmo em meio a tantas dificuldades, sempre buscam soluções para os problemas do povo.
