O Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) divulgou uma nota de repúdio, na noite desta quinta-feira (21), contra as declarações do secretário do Gabinete Civil e também da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de que a unidade estaria tentando tumultuar o processo de vacinação.
A polêmica começou porque os funcionários do Hospital de Base não estariam conseguindo se vacinar com uma declaração fornecida pelo hospital de que atuavam como profissionais de saúde. O secretário alegou em entrevista e a SMS em nota que os funcionários em questão não constavam na relação de profissionais de saúde que atuam diretamente no tratamento de pacientes com Coronavírus que foi enviada pelo unidade.
Assim, em entrevista ao Band News da última quarta-feira (20), o secretário culpou a direção do HGVC pelos problemas. “Teve reunião com as unidades de saúde: profissionais da linha de frente, independente de idade. Linha de frente é uma coisa. Almoxarife é linha de frente, Geraldo? Pelo amor de Deus! Jardineiro? Com todo respeito à profissão de todo mundo. Hospital de Base está fazendo isso. Quer dizer… Para com isso, toma juízo, irmão, responsabilidade. Deixa a política de lado, pô!”, declarou Marcos Ferreira.
Em resposta, a direção do hospital repudiou as declarações e afirmando que a unidade foi fundamental importância no combate ao Coronavírus para o município e região e que, proporcionalmente, foi quem teve a menor quantidade de profissionais de saúde vacinados.
A nota diz ainda que os funcionários da Prefeitura que estão realizando o processo de vacinação não dispõem de instrumentos de verificação das listas. Mesmo assim, a direção tem buscado minimizar a revolta e a frustração causadas aos profissionais de saúde que não conseguiram receber a vacina mesmo após horas de espera.
Por fim, a nota questiona o motivo pelo qual funcionários de hospitais privados que não atuam na linha de frente de hospitais foram vacinados.
Confira a nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO
O Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) vem por meio da presente nota repudiar as
reclamações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Vitória da Conquista e do Secretário Municipal do
Gabinete Civil, Marcos Ferreira, que tentam eximir o Governo Municipal da responsabilidade de implantar e
gerir o processo de vacinação contra Covid-19 no município, culpabilizando o HGVC e outras Unidades
Hospitalares da cidade. O referido Secretário, também radialista, utilizou-se da tribuna para acusar a
direção do HGVC de estimular desordem na vacinação, transformando em agenda política ações que
deveriam ser de política de saúde pública.
O HGVC, desde o início da pandemia, foi instituído como principal unidade de referência no
atendimento aos pacientes com sintomas graves do Covid-19. Para atender à crescente demanda de
internações, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) implantou mais de 30 leitos de UTI
dedicados aos pacientes Covid. Sendo assim, o HGVC passou a ter 40 leitos desse tipo, além de uma ala
nova na emergência, também direcionada a esse perfil de paciente. Diante dessa ampliação, o HGVC teve
um súbito aumento de sua equipe multiprofissional, todos diretamente envolvidos no trato com pacientes
Covid-19.
A equipe do HGVC conta, atualmente, com mais de 2.200 colaboradores. Infelizmente, a
quantidade de doses recebidas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é insuficiente para atender à
atual demanda de vacinação dos profissionais de saúde, que requer um eficiente planejamento estratégico
da gestão municipal para priorizar a vacinação dos grupos de maior risco.
A Direção do HGVC, em consonância às orientações da Sesab e ao acordado em reunião com a
SMS, enviou uma lista nominal dos profissionais que estão na linha de frente. No entanto, no local da
vacinação, os técnicos da SMS não dispunham de qualquer instrumento para verificação imediata das listas
das Unidades Hospitalares da cidade. Portanto, não obteve êxito na ação de controle do grupo autorizado.
Repudiamos as acusações dos Secretários Municipais de Vitória da Conquista, sendo que o
HGVC foi o hospital que proporcionalmente menos vacinou sua equipe, apesar da importância que vem
assumindo perante toda a pandemia.
A Direção do HGVC vem conversando com sua equipe de forma a atenuar o grande sentimento
de frustração e indignação que se instaurou no corpo de funcionários da unidade, posto que a maior parte
destes não serão contemplados nesta etapa da vacinação, e sequer conhecem o calendário das próximas
etapas. Aproveitamos o ensejo para levantar o questionamento em relação ao fato de que em unidades da
rede privada, funcionários, independente de serem ou não linha de frente tiveram acesso à vacinação