A situação de cerca de 100 mil famílias que se encaixam em situação de extrema pobreza ainda continua repercutindo em Vitória da Conquista. Apesar de ter sido confirmado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, o número ainda causa dúvidas e até indignação.
Esse foi um dos assuntos abordados durante a coletiva de imprensa com a prefeita Sheila Lemos (União Brasil), antes de sair de férias na última quinta-feira (28). Segundo ela, os números são referentes às pessoas e famílias que estão em insegurança alimentar e não fome. prefeita também explicou que são famílias que recebem menos de R$87,00 por pessoa.
“Não é passando fome, é em insegurança alimentar. Quem entra neste número? Tem um valor que é o Ministério da Cidadania que manda que é R$87, 00 por pessoa. Então a família que tem o valor menor que R$87,00 por pessoa, ela está em insegurança alimentar”, contou.
De acordo com a prefeita, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar aumentou nos últimos dois anos em Vitória da Conquista porque foi o período que foram cadastradas no antigo Bolsa Família, hoje chamado Auxílio Brasil. Segundo ela, nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, não foram cadastradas novas famílias para receber o auxílio e a cidade tinha uma grande demanda reprimida.
“O governo nesses dois últimos anos começou a cadastrar. Só no último ano nós cadastramos 13 mil famílias. Então foram novas pessoas que entraram para o Bolsa Família, hoje, Auxilio Brasil. Então, essas pessoas só não eram enxergadas como pessoas que estavam em insegurança alimentar, porque elas estavam fora do foco do governo. É como se elas não existissem. Elas entram na lista e por isso que aumentou o número de pessoas que recebem o Auxílio Brasil”, explicou.
Durante a coletiva, Sheila Lemos ainda criticou os partidos de esquerda. Para ela, os políticos da esquerda “comemoraram” o crescimento de pessoas com acesso ao auxílio. “A gente sente que os partidos de esquerda parecem que comemoram o número de famílias atendidas pelos auxílios, vamos botar o Bolsa Família. Na verdade, a gente tem é que se envergonhar, a gente tem que tirar essas pessoas de lá e não colocar elas lá. A gente tira dando emprego, dando renda, dando condições de trabalho para essas pessoas. Então, o número está crescendo de novo por causa das políticas públicas que vem aí, o tempo inteiro, querendo colocar mais e mais pessoas nessa situação. Então, o que a gente fez? É isso que eles fazem, então tá bom, vamos botar. Então aumentou o número de pessoas”, declarou.
A gestora ainda revelou que fez uma pesquisa entre os vereadores e lideranças principalmente da zona rural e eles afirmaram que o número não condiz com a realidade de Conquista. “Eles falaram que não. Algumas pessoas, claro, tem necessidade, mas não existe isso das pessoas estarem passando fome. O dado foi colocado como se fosse realmente fome. […] Esse número que aumentou foi uma demanda reprimida porque não estavam lançando. Nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro não cadastrou uma única família, mas nos dois últimos agora começou”, finalizou.