Após receber o parecer favorável da Comissão de Finanças e Orçamentos (CFO) e ser aprovado pela maioria dos vereadores, empréstimo de R$ 160 milhões apresentado pela Prefeitura de Vitória da Conquista, voltou a ser discutido na sessão desta sexta-feira (2). Na ocasião, foi realizada a primeira votação do PL.
O PL recebeu 16 votos favoráveis e 4 contra. Todos os votos contrários foram os vereadores do Partido dos Trabalhadores (PT), que justificaram afirmando que muitas obras na cidade ainda não foram executadas com os empréstimos anteriores do Finisa I e II, adquiridos no governo Herzem Gusmão, como o asfalto do Bairro Renato Magalhães e a reforma do Ginásio de Esportes Raul Ferraz.
O ex-líder do governo Sheila na Câmara, Chico Estrela criticou o posicionamento do PT. Em entrevista ao Blog do Sena, além de acusar o partido de votar favorável apenas quando é de interesse próprio, afirmou que o PT não tem compromisso com Vitória da Conquista.
“O que é bom para o PT, não é bom para o Brasil, só é bom para o PT, eles só se preocupam com eles. Se esse empréstimo e tantos outros que foram feitos aqui nessa casa, fosse o partido dos trabalhadores que estive no poder, com certeza eles votariam a favor. Então, eles não têm compromisso com a cidade, infelizmente”, disparou Estrella.
Mas, as críticas não pararam por aí. Segundo Chico Estrela, acredita que o empréstimo só foi necessário porque Vitória da Conquista não recebe emendas parlamentares. O edil defende a ideia de que a cidade não possui representatividade na Câmara Federal, e por isso, não recebe os recursos.
“A gente entende que hoje é uma necessidade, esse empréstimo para Vitória da Conquista, que não tem, efetivamente, representantes no Congresso Nacional para trazer emendas para a nossa cidade. Aliás, tem um, mas esse um, que inclusive é do Partido dos Trabalhadores, nunca botou um centavo, em Vitória da Conquista, em emendas parlamentares. Então a gente necessita hoje, tomar empréstimos, para que possamos fazer as obras necessárias para o povo de Vitória da Conquista, o povo não aguenta mais”, disparou Estrella.
O vereador Chico Estrella foi eleito nas eleições de 2020 fazendo críticas ao governo de Herzem Gusmão. Nessa época, ele foi um dos principais críticos dos empréstimos realizados pelo ex-prefeito, o Finisa I e Finisa II, que inclusive foram aprovados com os votos dos vereadores da Oposição, incluindo o PT. No começo do mandato, ele chegou a integrar a Bancada de Oposição, mas, quando Sheila Lemos assumiu a Prefeitura, o edil passou a integrar a Bancada de Situação e foi um dos líderes de governo da prefeita. Hoje, o edil se define como independente e costuma defender os projetos do governo municipal.
Questionado pelo Blog do Sena sobre o que o fez mudar de ideia, em relação aos empréstimos, Chico Estrela afirmou que é contra empréstimos em órgãos públicos, mas justificou a sua defesa voltando a criticar a falta de emendas parlamentares para a cidade.
“Eu sou terminantemente contra empréstimos de órgãos públicos. Eu acho que nós vivemos em um país onde o modal de fazer política é através das emendas parlamentares. E infelizmente, nós não temos representatividade. E por não ter representatividade e por todos os recursos da União saírem do município e não voltarem por meio de emendas parlamentares, é que infelizmente, nós, por obrigação, temos que tomar empréstimos para que possamos realizar as obras”, disse.
Chico Estrella ainda defendeu o empréstimo de R$160 milhões ao explicar que os recursos próprios da Prefeitura de Vitória da Conquista não dão para executar as obras necessárias para a cidade. “Essas fontes de recursos próprios do município, hoje, mal, mal, não dá para pagar a folha, infelizmente. Então, hoje o que a gente precisa é de emenda parlamentares. Aqueles deputados que foram votados em Vitória da Conquista trouxerem emendas no valor de R$160 milhões, automaticamente eu seria contra e com certeza, a prefeita Sheila Lemos, com a responsabilidade que tem, jamais mandaria uma PL como essa para tomar dinheiro, sendo que o caixa teria dinheiro.
Antes de ser aprovado, o PL deve passar por mais uma votação na Câmara de Vereadores, antes do recesso junino. Apesar do cumprimento do trâmite, já é sabido que o PL deve ser aprovado com folga.
Veja a seguir a entrevista na íntegra.
