A cidade de Vitória da Conquista lidera em números de casos e mortes por dengue no estado, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). São 12.304 casos prováveis e cinco mortes confirmadas pela Câmara Técnica Estadual na cidade. Segundo a Sesab, Conquista possui mais que o dobro do número de casos de Salvador (5.092) e quase quatro vezes mais o número de notificações de Feira de Santana (3.270), cidades que possuem a quantidade de habitantes bem maior.
A situação tem preocupado a população e gerado um “empurra, empurra” de responsabilidade. De um lado, o Governo do Estado cobra mais intensificação das ações de combate ao mosquito ao mosquito Aedes aegypti e amplie o horário de funcionamento dos postos de saúde, incluindo nos finais de semana e feriados, para não causar superlotação da Unidade de Pronto Atendimento estadual (UPA). Já do outro, o Governo Municipal cobra vacina contra a dengue do Governo Federal e afirma que a superlotação da UPA é de responsabilidade do Governo do Estado da Bahia.
A situação tem gerado polêmica entre os dois grupos políticos, inclusive dentro da Câmara Municipal de Vereadores. Enquanto a bancada de situação culpa o Governo do Estado pela situação, a bancada de oposição dispara que o Governo Municipal tem que assumir as responsabilidades.
Em entrevista ao Blog do Sena nessa quarta-feira (27), a prefeita Sheila Lemos (União Brasil) voltou a criticar o Governo do Estado. A gestora enfatiza que o proplema da superlotação da UPA não é culpa do seu governo.
“O que acontece é que o Estado está sempre transferindo responsabilidades para o município. Isso não é de agora. Já de alguns anos que os Estados vêm transferindo responsabilidades e não é só para a Conquista, para todos municípios. Então, cada vez mais o município está assumindo responsabilidade, que não é dele. E isso está fazendo com que os municípios cheguem no limite.A gente está vendo aí vários prefeitos já gritando que as cidades estão completamente falidas. Não tem mais como suprir todas as necessidades da população, justamente porque o Governo federal, o Governo Estadual, estão empurrando as responsabilidades do município. E aqui em Conquista, a gente está vendo uma narrativa do Governo do Estado em dizer que UPA e Hospital Regional estão lotados por conta da nossa saúde básica”, disse Lemos.
Segundo a prefeita, devido a UPA ser uma unidade de saúde regional, a maioria dos pacientes atendidos no local são moradores de cidades vizinha. “Vá lá e ver quem é que está lá precisando de atendimento, se é o conquistense, se não são as pessoas da região. Então não adianta culpar a saúde básica de Vitória da Conquista por um atendimento que é regional. A UPA tem atendimento regional? Há o Hospital de Base tem atendimento regional e são eles que administram tanto a UPA como o Hospital de Base. Não é a Prefeitura de Vitória da Conquista”, declarou Lemos.
Apesar de reconhecer que ainda existem problemas nos serviços ofertados pelos postos de saúde, Sheila Lemos explica que a Prefeitura tem se esforçado para garantir melhorias na atenção básica da cidade. E destaca a abertura de quatro unidades de saúde sentinelas, com atendimento médico de pessoas com sintomas de dengue até às 22h, e a carreta da saúde.
“Dos nossos postos de saúde, nós sabemos a deficiência que tem. Nós estamos trabalhando duro para resolver todas elas. Todos os nossos postos de saúde hoje têm médicos. Nossa equipe está treinada. Trouxemos mutirão de exames. A nossa meta é zerar a fila de exames no município. Estamos com postos sentinela, abrindo os postos até as 22 horas. Nosso trabalho de casa nós estamos fazendo”, disse Lemos.
A prefeita Sheila Lemos voltou a cobrar mais atenção do Governo do Estado e do Governo Federal, ao cobrar o envio de vacinas contra a dengue para o munícipio. “falta o governo federal fazer o dele, que é mandar vacina porque vacina salva vidas sim. Então cadê a vacina? É o governo do Estado fazer o dele. Nós estamos com nossa carreta da Saúde lá a pleno vapor, tentando zerar a fila de exames. Então, nossa parte nós estamos fazendo. O que nós queremos é que o Governo do Estado faça a parte deles e o Governo Federal também”, disparou Lemos