A onda de calor que se anuncia no Brasil mais parece de uma brisa leve se comparada com o clima dentro do Plenário da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, na sessão da última sexta-feira (22). As discussões acerca do projeto de lei que prevê a desafetação de terrenos municipais para indenizar uma empresa privada.
O pedido de vistas ao projeto provocou uma grande discussão com troca de ofensas entre os edis. A oposição chamou o pedido de “manobra” para que o PL não fosse votado, já que a permuta não conta com a maioria necessária dentro da Casa para sua aprovação.
O vereador Chico Estrella (PTC), que até então era contrário ao projeto de lei e chegou a pedir vistas, mudou de opinião repentinamente e atacou a bancada do PT, que já fechou questão e votará contra a permuta. O edil disse que o que motiva o empenho do partido em não aprovar o projeto são questões políticas e não o interesse público, uma vez que o PT, assim como outros vereadores, alegam que os terrenos são muito valorizados e sua desafetação resultará em prejuízos para a população e para o município.
”Ninguém aqui está preocupado com prejuízo ou lucro que a Prefeitura vai ter com esses terrenos. Se estivesse preocupado, não teriam votado na permuta do Clube Social com aquele terreno do Alto do Boa Vista. O PT é assim: vem uma ordem lá de cima que aperta os três mosqueteiros e a boneca de porcelana, aperta o botãozinho eles levantam, apertou eles descem. Eles não estão preocupados com Vitória da Conquista, eles estão preocupados com a política que vem chegando. Se a prefeita Sheila Lemos não conseguir cumprir e pagar o que deve, a Prefeitura vai ter que arcar com o prejuízo, vai ter que pagar em dinheiro. […] A população precisa entender que isso é uma manobra política para desestabilizar o governo da prefeita Sheila Lemos”, avaliou Estrella.
A afirmação foi rebatida pela vereadora Márcia Viviane (PT) durante sua fala. “Se o Poder Executivo tivesse votos suficientes, a gente não teria esse tanto de manobras que está tendo, inclusive falando dos membros do Partido dos Trabalhadores de forma pejorativa, trazendo apelidos aos membros que têm mandado nessa Casa. Então, a gente exige respeito dos colegas vereadores. Nosso voto já é declarado contrário considerando o patrimônio público. A comissão de Atos deu parecer contrário a esse projeto considerando questões jurídicas e legais, em nenhum momento, apontamos aqui questões políticas”, disse.
Com o pedido de vistas, o projeto volta para votação na quarta-feira (27), provocando mais polêmica.