A hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária defendido pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro (Sem partido) como esperança para proteção contra o coronavírus, não preveniu infecções entre voluntários, de acordo com um estudo divulgado ontem (30). Encerrado precocemente, o levantamento envolveu 125 profissionais de saúde. Alguns tomaram hidroxicloroquina diariamente por oito semanas, enquanto os outros tomaram um placebo.
“Não houve diferença significativa nas taxas de infecção em participantes randomizados que receberam hidroxicloroquina em comparação com placebo”, escreveram os pesquisadores no estudo, publicado na revista JAMA Internal Medicine. Com base nas descobertas, os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia escreveram que “não podem recomendar o uso rotineiro de hidroxicloroquina” entre profissionais de saúde para evitar a Covid-19.
“Este trabalho é o primeiro teste aleatório do efeito profilático da hidroxicloroquina”, explicou o pesquisador e principal autor do estudo, Benjamin Abella. “Embora a hidroxicloroquina seja eficaz no tratamento de doenças como lúpus e malária, não vimos nenhuma diferença que nos levou a recomendar sua prescrição como medicamento preventivo para a Covid-19 aos trabalhadores da linha de frente”, completou.