O governador reeleito Rui Costa avalia que um dos erros de seu partido, o PT, foi se distanciar do povo. “Não tenho dúvida disso. Mas, veja: assim como toda instituição, o PT é composto de gente. E as pessoas têm comportamentos diferentes. Então em muitos lugares, ou nacionalmente, a gente se distanciou. Tanto se distanciou que perdeu a eleição”, declarou, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Para Rui, não foi o antipetismo que venceu a eleição, mas sim a “antipolítica”. “O povo votou contra os políticos que representavam a política tradicional, contra esse modelo de alianças do toma-lá-dá-cá”, disse. “Não só o PT, mas os políticos precisam tirar uma lição. Primeiro de tudo, precisam estar mais próximos do povo, ser menos distantes da população”, acrescentou.
O governador não descartou a possibilidade de o PT abrir mão de uma candidatura presidencial em 2022. “Já defendi essa possibilidade nesta eleição. Eu e Wagner [o senador eleito pela Bahia, Jaques Wagner], além de outras pessoas do PT, defendemos essa possibilidade já neste ano. Na política, se você quer o apoio de alguém, tem que admitir a possibilidade de apoiar outra pessoa”, ressaltou.
Rui diz que esperar ter “tratamento respeitoso” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). “Eu espero que isso [o discurso do presidente de que iria banir ‘marginais vermelhos’] tenha sido apenas a retórica da campanha”, afirmou.
O petista baiano disse que o capitão reformado deve chamar todos governadores para uma reunião após tomar posse e disse que o “Brasil não pode se dar ao luxo de descartar investidores internacionais porque não gosta desse país ou daquele. Temos que cativar investidores.”
O governador salientou que não tem receio de a reforma que tem feito no governo contamine sua popularidade. “Não, até porque a reforma que eu fiz em 2014 [com Jaques Wagner, após a eleição] foi maior e mais forte. Eu não teria sido reeleito com 75% dos votos se isso tivesse afetado [a popularidade]”, pontuou.