Com cartazes contra o prefeito Herzem Gusmão (MDB), a população da zona rural de Vitória da Conquista se manifestou contra o fechamento de escolas, anunciado recentemente pela Secretaria Municipal de Educação. O protesto aconteceu na manhã desta terça-feira (28), durante a audiência pública na Câmara de Vereadores que discutiu sobre o tema. A audiência foi solicitada pelo vereador Valdemir Dias (PT),que também se posiciona contra o fechamento das escolas e vem denunciando a medida. A prefeitura municipal não enviou nenhum representante.
Pais, mães e representantes das comunidades reivindicaram que as escolas sejam mantidas e alegaram que a distância, má conservação das estradas e até das escolas, são alguns dos fatores que vem prejudicando o aprendizado das crianças.
Em discurso na tribuna livre, Cleide Lima Oliveira do Povoado de Serra Grande, contou sobre a distância da escola para a qual os alunos foram transferidos. “A secretaria transferiu os alunos para outra escola que fica a 22 km de Serra Grande. A escola não tem segurança, o pátio só foi roçado porque o pai de um aluno fez o serviço”, contou. “Sem contar que a estrada não existe mais. São 22 km de transporte que os meninos têm que enfrentar até chegar na escola”. “Tem crianças que acordam às 5h da manhã pra ir pra escola. Lá não tem merenda, os professores pediram para mandar os lanches para os meninos comerem no caminho e na escola”, finalizou.
Manoel de Jesus Lima, da comunidade de Santo Antônio, informou que tem uma filha de seis anos de idade que está sem estudar por conta da falta de transporte escolar. Ela também não poderá frequentar a escola de sua comunidade, em decorrência dos fechamentos de escola. Lima afirmou que a escola de Santo Antônio é boa e pode atender os alunos.
Falta estrutura para receber os novos alunos – O professor Davino Nascimento apontou que na zona rural não há escolas aptas a receberem o montante de alunos da escolas que o Governo Herzem anunciou que serão fechadas. “As nossas escolas nenhuma está preparada e equipada para receber mais alunos”, disse ele.“Fechar arbitrariamente, como estão fazendo é desmerecer”, analisou o professor ressaltando que não houve qualquer diálogo a respeito do assunto.
