Morreu nesta quinta-feira, 1º de maio, aos 84 anos, a renomada cantora Nana Caymmi, uma das vozes mais emblemáticas da música popular brasileira e filha do icônico compositor baiano Dorival Caymmi.
Internada desde o ano passado, Nana enfrentava sérias complicações de saúde, incluindo uma osteomielite e uma overdose de opioides. A notícia de seu falecimento foi confirmada pelo jornal O Globo.
Nascida no Rio de Janeiro em 29 de abril de 1941, Dinahir Tostes Caymmi, como era seu nome completo, herdou o talento musical de sua família, que atravessa gerações na música brasileira. Junto com seus irmãos Danilo e Dori Caymmi, construiu uma carreira sólida, sempre fiel à essência da MPB.
Sua entrada no mundo da música ocorreu em 1960, quando fez um dueto com o pai na canção “Acalanto”. Desde então, lançou mais de 25 álbuns, entre os quais se destacam obras-primas como Nana Caymmi (1979), Mudança dos Ventos (1980), Chora Brasileira (1985) e o aclamado Bolero (1993), que vendeu mais de 400 mil cópias. Nos anos 1990, ganhou nova notoriedade com sua tocante interpretação de “Resposta ao Tempo”, tema de abertura da minissérie Hilda Furacão.
A Bahia, embora não fosse sua terra natal, sempre teve um papel fundamental em sua trajetória artística. Ela buscava inspiração na rica cultura baiana, especialmente nas obras de seu pai. Não é à toa que seu repertório frequentemente incluía releituras profundas de sambas-canção e temas praieiros compostos por Dorival. Uma das evidências dessa conexão com Salvador é a música “Flor da Bahia”.
Seu último álbum, Nana, Tom, Vinicius (2020), reafirmou seu vínculo com a tradição da MPB e encerrou com delicadeza uma discografia de altíssimo nível.