
O imbróglio envolvendo moradores do povoado de São Sebastião e a Prefeitura de Vitória da Conquista continua. A situação começou o Governo Municipal, derrubar uma construção que seria utilizada como ponto de ônibus, segundo informou os moradores. Na semana passada, os moradores foram surpreendidos com máquinas e servidores no local.
No entanto, após realizar a demolição da construção, a Prefeitura informou, por meio de nota ao Blog do Sena, que construção seria para “fins comerciais” e desmentiu os moradores. A situação gerou revolta na comunidade que questiona a versão da Prefeitura.

Em entrevista ao Blog do Sena, o responsável pela construção, Deivison Portela, disse que a construção foi erguida em parte de um terreno de propriedade do morador Antônio Francisco dos Sntos que cedeu o espaço para que fosse construída uma obra que seria utilizada como ponto de ônibus. “Aí eu fiz um ponto aqui, porque serviria para o pessoal se proteger do sol e da chuva na hora que estivesse esperando o ônibus. Aí a Prefeitura alegando que a construção estava em espaço, em área pública, eles demoliram o ponto. Só que como vocês podem ver (no vídeo), a cerca está inclinada para dentro, porque o proprietário da terra cedeu esse espaço aqui para a gente fazer a construção”, explicou Portela.

Deivison é comerciante no local, mas deixou claro que o espaço não seria utilizado para fins comerciais, como alegou a Prefeitura. Anteriormente, havia no mesmo local, uma barraca feita de palha de madeira, que tinha o objetivo de proteger os moradores da chuva e/ou do sol enquanto aguardavam a chegada do ônibus.
“A primeira construção que foi feita aqui foi uma barraquinha de palha e antes não tinha estrada. Então, a construção foi feita antes da estrada. O sítio do senhor fazia divisa com o campo, não tinha estada nenhuma. Então, ele cedeu a cerca para dentro e a gente fez a construção aqui e a Prefeitura demoliu. Eu tenho o meu ponto comercial logo aqui em frente. Então, não era para fins comerciais, porque eu já tenho o meu comércio aqui”, contou.

Outro questionamento da população é referente a construção de uma praça que fica localizada em frente ao local onde a construção foi demolida. Segundo os morados, o valor do investimento de R$400 mil, não faz jus a obra e nem a promessa que foi feita pelo Governo Municipal. De acordo com Deivison, também foi prometido uma obra de drenagem no local, mas não foi realizada de forma adequada o que tem gerado transtornos para os moradores.
“A promessa aqui foi essa: falou que ia fazer a drenagem de uma água aqui também que quando choveu ficou mais lama do que era antes. Então, se eles não tivessem feito o que fizeram na estrada, ficava muito melhor. Para mim, isso aqui é uma praça como? Se essa terra que aterrou o campo aqui foi até eles que ganharam? Foi da fazenda de Valdir e ele doou para fazer esse aterro aqui e foram quatro caminhões de concreto para fazer essa praça a acabou os R$400 mil”, indagou.

Segundo Deivison, o ponto de ônibus foi construído com recursos dos próprios moradores, que agora seguem sem um local com mais conforto para aguardar o ônibus.“Olha a situação, o povo vai esperar o ônibus onde? Debaixo da chuva? No sol? Para você ver, a Prefeitura não faz e quando a população fez… teve até morador que me ajudou dando material para poder construir, a comunidade fez uma vaquinha, uns me deram o cimento, outros deram ferro, outro deram dinheiro, para comprar o material porque todo mundo usufruía dessa construção. Não tem praça, não tem ponto de ônibus e agora não tem mais nada”, finalizou.
Veja a seguir a entrevista completa: