A Mega da Virada de 2019 promete pagar um prêmio estimado em R$ 300 milhões no dia 31 de dezembro. Mas sonhar com essa quantia toda pode ser perda de tempo. Nas dez edições já realizadas, em nenhuma houve apenas uma aposta vencedora. Ou seja, o prêmio —que não acumula— sempre foi dividido.
O mais perto que alguém já esteve de ficar com a quantia inteira do prêmio foi na primeira edição, em 2009. Na ocasião, duas apostas acertaram os seis números e dividiram o prêmio de quase R$ 145 milhões.
Um motivo que pode indicar por que mais jogadores acertam a sena é a quantidade de apostas, que explodem na Mega da Virada.
Segundo a Caixa, que promove a Mega-Sena, cada sorteio regular este ano recebeu, em média, 11,9 milhões de apostas em média. Na Mega da Virada do ano passado, como efeito de comparação, foram 253 milhões de apostas.
“Há muitos sorteados devido ao grande número de apostas. Quanto mais apostadores, maior a chance de ter um sorteado”, diz Gilcione Nonato, professor de matemática da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
O professor ainda aponta que é tão difícil acertar a Mega que, para ele, apostar nesse jogo é como “jogar dinheiro fora”. “Com uma aposta simples de R$ 4,50, as chances são de 1 entre mais de 50 milhões. Na verdade, a loteria é uma forma bem eficiente de jogar dinheiro fora, dado que as chances de ganhar são realmente bem pequenas”, opina.
Há quem vá mais além. Para Waldeck Schutzer, professor de matemática da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), é mais fácil alguém ser atingido por um raio do que acertar as seis dezenas da Mega.
“A chance de uma pessoa ser atingida por um raio é de 1 em 500 mil, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, ou seja, cem vezes maior o que ganhar a Mega-Sena”, compara Schutzer.
