Cinco dias após ter sofrido uma tentativa de homicídio depois de ter beijado o namorado em um bar, na cidade de Camaçari, Marcelo Macedo dos Santos, 30 anos, usou o seu perfil no Instagram para desabafar sobre o ocorrido. Em uma foto publicada na rede social, ele aparece sentado na maca do hospital com curativos espalhados pelo corpo que escondem as marcas dos quatro tiros. No texto, ele agradeceu o apoio de amigos e falou da dor que tem sentido nos últimos dias.
“Vivi um verdadeiro filme de terror nos últimos dias. Por isso quero iniciar agradecendo todos os meus amigos por me carregarem no colo. É difícil acreditar que as pessoas são agredidas tão cruelmente e de maneira tão covarde pelo simples fato de demonstrar afeto. É triste. Dói. Estou despedaçado”, escreveu.
Na publicação, ele ainda conta que nunca imaginou ser violentado na cidade em que nasceu.
“Eu amo a minha cidade, nasci e me criei aqui. Nem no meu pior pesadelo eu imaginei que um dia pudesse ser tão violentado. Ver a morte de perto é assustador. Nos paralisa. Sou jovem, tenho uma família, uma vida inteira pela frente e por um milagre de Deus hoje estou vivo, mas quase tive meus sonhos interrompidos de maneira tão vil. O que me dá força para escrever pra vocês é a gratidão pelos meus amigos, sem eles e sem a todos que me mandaram mensagens de carinho e afeto, não sei se conseguiria. Mas o que me encoraja também é o medo. Só quem já perdeu um familiar ou um amigo conhece essa dor, só quem já esteve de cara com a morte sabe o que estou falando e pode mensurar um pouco do que estou sentindo agora”.
Internado no Hospital Geral de Camaçari desde o último domingo (20), dia do crime, ele diz que a unidade de saúde passou a ser o local em que se sente protegido. Na postagem, ela também fala do medo em saber que os suspeitos ainda não foram presos.
“Dormi e acordei em uma cama de hospital, e só sabia chorar, achei que tivesse morto e desfrutava do paraíso. Não lembrava de muita coisa. Ao abrir os olhos e me dar conta do que estava acontecendo, entrei em estado de choque, mas por incrível que pareça, o hospital é o meu lar agora, é o lugar onde me sinto seguro, protegido, em paz. Não sei como será quando sair daqui. Temo pelos meus familiares. Estamos assustados em saber que quem atentou contra a minha vida está solto por aí, sua cara não está estampada em todos os jornais estando tão vulnerável como eu me encontro agora, botando a cabeça no travesseiro deitado na cama da sua casa e dormindo todos os dias tranquilamente”, escreveu Marcelo que finalizou pedindo proteção para ele e sua família.
“Me chamar de “Viado” não é ofensa. Tomar 4 tiros sim. Uma dor irreparável, além de física, emocional e psicológica. Não sei como será de agora em diante, não sei se serei mais o mesmo. Esse medo que estou sentindo, irei carregar até o fim dos meus dias. Só peço proteção para mim e toda a minha família. Orem por mim!”.