A vegetação densa tem tomado conta de algumas ruas em Vitória da Conquista, cercando residências e trazendo riscos aos moradores. No bairro Morada Nova, o problema tem causado apreensão, principalmente pelo aparecimento frequente de animais peçonhentos, como cobras e escorpiões. As informações foram divulgadas no programa Bahia Meio Dia, da TV Sudoeste.
A diarista Sirlene Rosa relata a dificuldade de lidar com a situação, especialmente para sua mãe, de 77 anos, que também vive no local. “À noite, é muriçoca, mosquito, um mau-cheiro. Os cachorros trazem trazem lixo, e fica um mau-cheiro danado, insuportável”, desabafa.
A presença de animais venenosos faz com que os moradores tomem medidas de proteção dentro de casa. “A gente coloca roupas nas janelas para evitar que os bichos entrem. Tem um cômodo aqui que a gente já teve que fechar porque os bichos aparecem”, explica Sirlene.
A preocupação se estende a outros pontos da cidade. Segundo a Prefeitura, já foram registradas 18 notificações em 2024 contra proprietários de terrenos baldios que estão em desacordo com o Código de Postura Municipal. No ano passado, esse número chegou a 192. A Coordenação de Limpeza Pública (CZP) informou que tem realizado mutirões de limpeza em diferentes áreas do município.
Para os moradores, a insegurança e o medo são constantes. Danielle Cassiano, auxiliadora administrativa, descreve o temor diário com a presença dos animais. “A gente vive dentro das nossas casas preocupados, angustiados, com medo. Medo de achar cobra, medo de achar escorpião. Meu vizinho estava em casa e viu a cobra subindo na janela dele.”
Quem tem crianças enfrenta ainda mais desafios. A técnica em enfermagem Angélica Nascimento afirma que, mesmo com o calor intenso, precisa manter a casa fechada. “Estou mantendo sempre as janelas fechadas, mesmo com o calor insuportável, porque eu tenho criança e o perigo é grande. Toda semana eu passo veneno e mantenho as áreas sempre limpas para ver se evita, porque a situação está feia.”
A presença de terrenos baldios sem manutenção tem transformado a rotina dos moradores, que se sentem reféns do descaso e da falta de fiscalização. Enquanto aguardam soluções efetivas, muitos seguem tentando se proteger como podem, temendo os riscos que a vegetação descontrolada traz para suas vidas.
