Logo após a eleição para a nova mesa diretora da Câmara de Vereadores, a prefeita Sheila Lemos (UB) parece ter sofrido uma perda significativa de seus aliados. O motivo para isso teria sido movimentações feitas pela gestora junto à seus aliados na Casa Legislativa para que seu grande aliado e ex-presidente Luís Carlos Dudé (MDB) fosse para a presidência da Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final (CLJRF)
A CCJ é uma das comissões mais importantes da Câmara, que no último biênio teve à frente o vereador delegado Marcus Vinícius (Pode). Em entrevista ao repórter Ricardo Gordo, o edil comentou sua decisão. “Eu serei da bancada de oposição. Durante essa eleição, nós fizemos o acordo de eu permanecer na presidência da CCJ, porque eu juntamente com Valdemir Dias, Chico Estrella e o procurado Alberto Barreto conseguimos zerar, por dois anos consecutivos, todos os projetos que estavam acumulados na Casa. Então, os colegas vereadores gostariam dessa continuidade, é minha querência era era permanecer nessa comissão. Após a eleição do nosso presidente, um grupo de vereadores resolveu indicar outra pessoa e teve o apoio da prefeita, que é de outro poder, o Executivo”, relatou.
O vereador disse ainda que a interferência da prefeita não teria se restringido ao apoio. “Ela inclusive ligou para outros colegas da bancada para que votassem nessa outra pessoa. Eu sou uma pessoa que tenho palavra, que tenho honradez, palavra para mim é algo muito importante. Eu continuo na CCJ porque nós somos maioria. Então, essa manobra não resolveu o que eles queriam que fosse resolvido”, afirmou.
Sobre um possível retorno à bancada de situação, Marcus Vinícius assegurou que sua posição já está definida. “É martelo batido, eu sou homem de uma palavra só. Não sinto mais confiança na bancada de situação. Isso não significa que eu vá para outro partido. Eu terei um posicionamento independente, só minha bancada que agora é a de oposição”, assegurou.
Além de Marcus Vinícius, o vereador Augusto Cândido (PSDB) também migrou para a bancada de oposição. Comentários de bastidores indicam que o vereador Ivan Cordeiro (PTB) também pode fazer a mesma movimentação. Toda essa perda de força da prefeita na Casa tem levantando questionamentos acerca de como isso irá interferir e inviabilizar alguns projetos do Executivo que passam pela aprovação dos vereadores, entre eles o de um possível Finisa III, caso não saia o empréstimos internacional solicitado pela gestora e já aprovado.
Apesar da mudança, Marcus Vinícius assegurou que seus posicionamentos diante dos projetos apresentados terão sempre como norte a legalidade e o melhor para o município. “Eu agirei com isenção, sempre pensando no que está dentro da legalidade e no melhor para a população de Vitória da Conquista”, disse.